Startups do Polo Digital de Mogi já começam a vender seus produtos

Rodrigo Garzi é coordenador do Polo Digital de Mogi. (Foto: Edson Martins)

Há pouco mais de um ano, Mogi das Cruzes plantava uma semente de inovação com a criação do Polo Digital, em César de Souza. A ideia era montar um espaço onde as pessoas pudessem receber capacitação e desenvolver as ideias de negócios, entender o mercado e dar vida às startups. Hoje, o local já apresenta diversos projetos em andamento e alguns já em fase de ingresso no mercado.

O coordenador do Polo Digital, Rodrigo Garzi, explica que a estrutura nasceu basicamente do fomento do grupo Alto Tietê Valley, que mostrou o potencial econômico da Cidade e a importância de um equipamento do tipo. A Prefeitura percebeu a demanda e a necessidade de montar o espaço. Ele conta que começou basicamente com o galpão e a vontade de ensinar os empreendedores de Mogi a desenvolverem as ideias e atuarem no Município.

“De início, percebemos que as pessoas até chegavam aqui com uma ideia, mas não sabiam desenvolvê-la, transformá-la em produto, fazer a venda e definir o público que a ser atingido. Então, o primeiro passo foi montar uma capacitação para este pessoal”, relembra Garzi. Em dezembro, o Polo forma a terceira turma desta capacitação.

O segundo passo foi atrair as empresas e os empreendedores para o coworking entre o autor da ideia e quem vai utilizá-la. E, além disso, segundo Garzi, o ambiente ajuda o empresário a perceber novas demandas de seu negócio e solucioná-las.

O Polo dispõe de 10 salas conhecidas como incubadoras, onde um projeto pronto na parte teórica entra para tomar forma. “Percebemos que alguns grupos preferem ficar juntos para trocar ideias, e disso está nascendo até parcerias. Então, hoje, tem incubadora que está com quatro startups diferentes”, pontua.

Além das atividades fixas, o Polo Digital também recebe pessoas que já empreenderam ou têm empresa e vão ao local em busca de deixá-la mais tecnológica. “Elas vêm para saber o que é uma startup, e como essa metodologia pode ajudar a seguir com o negócio. E os exemplos deste modelo de empresa já conquistaram espaço e chamam atenção”, pontua.

Tecnologia para otimizar tempo

A rotina como prestador de serviços de desenvolvimento de sistemas comprometia toda a carga horária de trabalho de Marco Tulio de Oliveira Pereira, de 44 anos. Para ampliar o número de clientes, ele decidiu ir ao Polo Digital e pensar em um sistema que atendesse a empresa dele, mas que também pudesse vender para outros clientes. Daí nasceu a Bizaid.

O sistema gerencial controla estoque e emite nota fiscal. Apesar de já existirem outros no mercado, o diferencial da startup é que ela não tem “marca”. “Alguém que é da área de informática ou um consultor que quiser vender este tipo de sistema no mercado precisaria ser representante. Com o sistema, ele compra e coloca o nome, marca, preço e os clientes finais vão pensar que é dele”, conta.

A fim de revender o produto, Pereira preparou uma aula online para oferecer aos clientes. E, por fim, a tecnologia vai ajudá-lo a atender um número maior de clientes com a otimização de atividades que ele teria de fazer fisicamente, como emitir nota e cuidar do estoque.

Tecnologia para otimizar tempo II

Da correria do dia a dia, sobretudo no período do almoço, que nas empresas geralmente é de uma hora, surgiu a ideia de fazer o ‘Corta Fila’. “Um exemplo é uma pessoa que trabalha próximo a um shopping. Na hora de descanso, ela teria de correr até lá, esperar na fila para comprar e só aí perde um tempão. Com o aplicativo, você vê as opções de restaurante do entorno, faz o pedido, paga e ele te avisa quando estiver pronto”, conta um dos sócios da startup, Marco Tulio de Oliveira Pereira.

A empresa tem mais três sócios, além de Pereira. Um deles é o filho, Azael Alves Pereira, de 19 anos, que estudou Artes Gráficas e Leonardo Luis de Novaes, aluno do último ano de Sistemas de informação. “Só realmente quem vem até o Polo consegue ter noção de como é este cenário de empreender. Nem mesmo a faculdade proporciona isso, e a gente vê que mesmo na nossa área, as pessoas ainda não despertaram para empreender, porque o curso dá uma luz, mas cada um tem que correr atrás”.

Empreender em todas as idades

“Muita gente associa startup aos jovens. Não é impossível uma pessoa empreender com uma startup aos 40 anos, 50 anos, porque o que conta é o modo de pensar”, diz o empreendedor Rodrigo Morales, que há seis anos deixou o Chile para morar em Mogi. Aos 46 anos, ele está na fase de validação de um sistema de fidelização de clientes e consulta de preço de combustíveis. A ideia ganhou vida no Polo Digital e também mais dois sócios.

Desenvolvedor de sistemas, Morales começou a se interessar pelo mercado há dois anos, quando passou a frequentar aceleradoras na Capital. Apesar de a estrutura ser basicamente a mesma do Polo aqui em Mogi, o ambiente na Cidade o ajudou a amadurecer a ideia. “Lá não tinha a realidade do local em que eu estava atuando, então aqui foi essencial para fazer o networking e entender a demanda da Região. Nossa ideia nasceu e já estamos fechando com postos de combustíveis para fazer a validação e começar a vender”, destacou.

FONTE:  O DIÁRIO