Startups de clonagem de plantas de elevado valor recebem aporte

WBGI investiu na Arbotech e na LPG Plant Grow para ajudá-las em seu processo de consolidação.

O CEO da LPG Plant Grow, Christian Demetrio: produção, edição e melhoramento genético de mudas em expansão — Foto: Divulgação

Especializada em ajudar jovens startups a organizarem sua gestão, a WBGI investiu aproximadamente R$ 1 milhão em duas startups de clonagem de plantas de valor agregado elevado. Uma delas é a Arbotech, que produz mudas para o segmento florestal, enquanto a outra é a LPG Plant Grow, que trabalha na duplicação de lúpulo, baunilha e mirtilo.

João Blasco, sócio da WBGI afirma que o mercado de produção, edição e melhoramento genético de mudas de alta qualidade tem um potencial enorme no Brasil. E que essas tecnologias vão ajudar em projetos de reflorestamento que geram crédito de carbono de elevado valor.

O CEO da LPG Plant Grow, Christian Demetrio, uniu seus conhecimentos em biologia e engenharia da computação para desenvolver ferramentas voltadas à produção de plantas em ambientes controlados. A empresa chegou a participar do concurso global que a Agência Espacial Norte Americana (NASA) abriu em busca de soluções para produção de alimentos no espaço. A empresa passou na primeira fase, mas foi eliminada na segunda.

Com o investimento, a startup vai construir, ainda neste ano, um laboratório para a produção das mudas, além das estufas para aclimatação. Demetrio afirma que a produção terá foco em mudas de plantas que se desenvolvem melhor em condições climáticas diferentes da brasileira.

“Nós avaliamos e decidimos priorizar culturas mais nobres, que pagam o custo da estrutura. A baunilha, por exemplo, é difícil de se adaptar à realidade brasileira, mas um quilo pode chegar a custar US$ 30 mil”, afirma.

Em um primeiro momento, as tecnologias da LPG Plant Grow deverão atender grandes empresa, como a Ambev. “Mas queremos reduzir o custo para chegar a pequenos produtores um dia”.

Portencial econômico

Já a Arbotech é uma startup de biotecnologia para clonagem de plantas com potencial econômico maior. O primeiro projeto foi com juçara, açaí e macaúba, mas agora a empresa trabalha com árvores para a produção de madeira, atendendo à demanda de uma empresa da área florestal.

“Estamos produzindo cinco espécies, mas pretendemos ampliar esse número. São árvores como o jequitibá-rosa e o jatobá, que têm valor agregado muito elevado”, explica a co-fundadora da agtech, Mariza Monteiro, que é doutora na área de genética e melhoramento de plantas.

Segundo Mariza, os recursos captados serão usados para melhorar a infraestrutura do laboratório e também na prospecção de novos clientes. “Desenvolvemos protocolos e técnicas próprias para o melhoramento de plantas nativas e queremos começar a produzir as mudas de espécies nativas em larga escala”, explica.

“Nós estamos apoiando a construção dessas empresas porque são pesquisadores que precisam sair do mundo acadêmico e se aprofundar em negócios, na parte jurídica e contábil. Nosso time dá apoio nessa frente”, explica Blasco. Segundo ele, negócios dessa natureza levam de dois a três anos para deslanchar, por isso é importante ter um parceiro que aceite esse tempo.

FONTE: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/02/14/startups-de-clonagem-de-plantas-de-elevado-valor-recebem-aporte.ghtml