Startups criam soluções criativas em educação

Unindo tecnologia e educação, as EdTechs – startups que usam da tecnologia da informação para apoiar os processos de ensino –, têm ganhado cada vez mais espaço entre pessoas, organizações e instituições educacionais que desejam dar um up em sua aprendizagem. Em um mapeamento feito em junho deste ano pela Liga Insights, foram listadas 297 startups que buscam apoiar, e levar a educação e a aprendizagem para além do básico.

O uso dessas plataformas se tornou fundamental para o processo educacional, explica Hubert Soares, reitor da Faculdade ÁREA1 e do Centro Universitário Ruy Barbosa. “É necessário preparar os jovens para uma nova era. Os livros são importante e têm todo o seu espaço, mas é preciso perceber que hoje as plataformas eletrônicas são uma ajuda e não mais uma “perturbação” na aula”.

Criador da Expertize – startup especializada em gamificação de aulas e ambientes corporativos –, Martins Mafra é professor de história e foi durante seu mestrado em gestão e tecnologia aplicadas à educação que teve a ideia de criar a startup. Hoje, usar soluções tecnológicas em sala de aula se tornou uma parte essencial de sua profissão.

A resposta dos estudantes costuma ser bastante positiva e o engajamento deles com o conteúdo aumenta. “Isso potencializa o conhecimento do aluno de forma natural, pois essa linguagem faz parte do seu universo e eles ainda se sentem desafiados dentro desse universo próprio”. Quando a gamificação é usada na formação de professores, no entanto, Martins conta que ainda há certo estranhamento.

As EdTechs têm como regra geral expandir o universo de aprendizagem dos seus usuários e, porque não, dar um novo significado? Esse pelo menos é o objetivo da startup Novo Expediente, que desenvolve experiências de aprendizagem para ensinar pessoas e organizações uma forma de trabalhar que seja mais significativa. Thiago Mota, um dos fundadores, explica que as pessoas precisam mais do que nunca se responsabilizar pelo próprio aprendizado.

O auto-aprendizado, para ele, se tornou essencial pelo fato da tecnologia não está mudando apenas as formas de trabalhar, mas também os processos antes e depois disso. “É o que chamamos de aprendizagem para toda vida, o que nos leva e que nos faz ficar no mercado de trabalho está mudando e precisamos acompanhar. Hoje existem várias plataformas gratuitas e pagas que permitem que as pessoas criem sua trilha educacional com o que precisam”.

Engajamento do aluno

Foi ao perceber o engajamento dos alunos ao criar, em 2006, um site com questões para suas aulas, que o professor de biologia, Wilson Fernandes, percebeu a necessidade de acrescentar questões de outras disciplinas. Em 2014, em parceria com Leonardo Prates (seu ex-aluno), eles transformaram o Biostudos na startup Studos, que hoje fornece milhares para matérias escolares, concursos, provas militares e Enem.

Para aqueles que desejam embarcar no mundo das startups, Wilson alerta que responsabilidade do fundador manter sua equipe estimulada e criativa. “No caso das EdTechs, é muito importante ser apaixonado pela educação e ter um propósito para ela. Se você se enquadra neste contexto e sabe onde quer chegar com a sua ideia, vá em frente, oportunidades e aprendizagens não faltam para alcançar o sucesso”.

FONTE: A TARDE