Startups: 6 setores que devem continuar a atrair a atenção dos investidores brasileiros

Negócios em fase inicial e que atuam em grandes cadeias produtivas devem permanecer no radar de investidores-anjo e fundos de capital de risco

6 setores devem continuar a atrair a atenção dos investidores brasileiros (Foto: Getty Images)

A onda de demissões e a retração dos volumes de investimentos do primeiro semestre apontam para um ciclo de desaceleração nos aportes realizados nas startups brasileiras. A disponibilidade de recursos, no entanto, deve continuar consistente para negócios que oferecem soluções para grandes cadeias produtivas — e que equilibrem potencial de escala, crescimento orgânico e saúde financeira.

De acordo com Piero Minardi, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), as escolhas de investidores devem se concentrar em setores que apresentem oportunidades múltiplas de crescimento. “Startups com estratégias de winner takes all devem enfrentar mais dificuldades para captar recursos. Trata-se de um modelo que envolve muita queima de caixa na aquisição de clientes e consumidores finais”, afirma.

O momento também é mais favorável para operações early stage. “Até o final do primeiro semestre, o volume investido nessas startups foi superior a 2021. Isso nos leva a crer que as grandes empresas de tecnologia irão sofrer mais, enquanto os empreendedores que buscam capital em fase inicial continuarão com acesso a investimentos”, afirma Gustavo Gierun, CEO do Distrito.

“Vale ressaltar que não estamos observando uma ruptura de oferta de capital. O mercado brasileiro continuará sendo irrigado por investidores de venture capital, mas em uma forma e intensidade diferentes”, diz Gierun.

A seguir, conheça alguns setores que devem continuar a atrair a atenção de investidores nos próximos meses.

1. Saúde

A evolução das tecnologias na área de saúde e as inovações na jornada de pacientes aparecem como alguns dos principais impulsionadores das healthtechs do país. “Todas as áreas com índices de crescimento consistentes continuarão interessantes para investidores. O aumento na demanda por tecnologias de telemedicina é um exemplo dessas oportunidades no setor de saúde”, diz Thiago Maluf, sócio da gestora de capital de risco Igah Ventures.

2. Finanças

A descentralização de operações em grandes instituições e os movimentos de inclusão da população desbancarizada devem continuar a atrair o interesse do capital de risco para fintechs e insurtechs. “O setor financeiro continua a buscar por novas tecnologias que acompanhem as mudanças nas operações de empresas e nos hábitos de consumidores. Trata-se de um mercado enorme, que vem abrindo boas oportunidades no B2B e no B2C”, afirma Minardi.

3. ESG

Na esteira da ascensão global dos movimentos ESG, as startups brasileiras podem se destacar com soluções ligadas à redução de impactos ambientais de grandes indústrias. As tecnologias de emissão de créditos de carbono estão entre os segmentos em evidência. “Trata-se de uma área que ainda oferece muito espaço de expansão. Nossa diversidade biológica e volume de florestas oferecem uma grande vantagem em relação aos outros países”, afirma Maluf, da Igah Ventures.

4. Agronegócio

Em meio ao cenário de incerteza econômica, o agronegócio segue como um dos principais motores do PIB nacional — o protagonismo do setor deve manter as agtechs no radar de diversos perfis de investidores. “O Brasil é extremamente competitivo nessa área. O tamanho do mercado e as dimensões do país geram uma enorme demanda pelas soluções inovadoras de startups”, diz Minardi, da ABVCAP.

5. Educação

A popularização do ensino à distância e o surgimento de novos mercados de trabalho abrem boas oportunidades para negócios que facilitem jornadas de aprendizado para estudantes e profissionais. É o caso das plataformas de EAD, das tecnologias de ensino adaptativo e das iniciativas de desenvolvimento de talentos para a economia criativa.

6. Varejo

Os novos hábitos de consumidores e os desafios de integração entre canais de venda físicos e digitais continuam a revelar diversas rotas de crescimento para as retailtechs. “Assim como as fintechs, as retailtechs sempre atraíram interesse dos investidores e esse cenário não parece mudar. São mercados gigantes em transformação contínua, o que gera oportunidades de todos os lados”, afirma Gierun, do Distrito.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2022/08/startups-6-setores-que-devem-continuar-atrair-atencao-dos-investidores-brasileiros.html