Startup vai investir R$ 5 milhões para popularizar o consumo de cervejas artesanais no Brasil

MeuChope quer fomentar o mercado de micro e pequenas cervejarias no país com marketplace B2B e subsídio para estabelecimentos conhecerem os produtos.

Bruno Medeiros e Augusto Sato, fundadores da MeuChope Divulgação

Com o objetivo de democratizar o acesso dos consumidores às micro e pequenas cervejarias brasileiras, Augusto Sato e Bruno Medeiros criaram a startup MeuChope para ser o “Mercado Livre” da cerveja artesanal, com marketplace B2B e uma linha de fomento para agentes do setor. “Tivemos o processo de educação dos brasileiros sobre os cafés especiais, os vinhos. Isso também pode acontecer com as cervejas, só depende da organização da cadeia e de mais visibilidade”, afirma Sato, CEO da empresa.

O brasileiro é um grande consumidor da bebida: de acordo com uma pesquisa realizada pela Euromonitor a pedido do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o consumo de cerveja cresceu 8% em 2022, alcançando o volume de 15,4 bilhões de litros. Mas a escolha dos clientes ainda é muito limitada aos grandes players, que dominam as gôndolas e as mesas de bar.

Com a ideia de aproximar os estabelecimentos do mercado artesanal, facilitando o acesso dos consumidores aos produtos, a MeuChope estruturou um pacote de fomento de R$ 5 milhões para incentivar o comércio. O capital será utilizado para ações como o subsídio da primeira compra para que os produtos sejam conhecidos pelos donos de negócios e passem pelo teste de adesão com os clientes.

“Queremos incluir da distribuidora de bebidas do bairro ao restaurante de alto padrão. Trabalhar com produtos regionais é bom para todo mundo, gera empregos localmente e gera margens melhores para os PDVs. Se geramos acesso, viramos um gerador de novos negócios. O mercado precisava disso para se aquecer. Queremos desmistificar que o artesanal é apenas para momentos especiais”, declara. Como exemplo está a ação realizada pela startup em janeiro: 15 mil litros de chope foram distribuídos gratuitamente em um jogo de futebol entre Flamengo e Madureira, no Espírito Santo.

Já o marketplace foi lançado em março deste ano e, em um mês, já concentra mais de mil cervejarias, como Bodebrown, Masterpiece, Blumenau, Pata Negra, Dado e Krug, com 30 mil rótulos diferentes. A plataforma foi criada para que cervejarias, comerciantes e fornecedores de insumos se conectem em um só lugar. “Vimos que a proposta tinha um engajamento muito forte. A tecnologia está mudando os hábitos de consumo e a realidade das empresas, criando canais mais fáceis de compra e venda”, diz.

Antes de fundar a MeuChope, Sato era um consumidor aficionado das cervejas artesanais. Ele chegou a se aventurar produzindo a sua própria bebida, mas o seu background em produção de eventos o levou para outro caminho. Decidido a apresentar os produtos para mais pessoas, começou a bolar negócios para criar a atração. Ele abriu um espaço para autosserviço de cervejas artesanais logo antes da pandemia e precisou pivotar para manter a empresa de pé, vendendo pelo app para os consumidores. O serviço também foi levado para condomínios no Espírito Santo.

A chegada de Medeiros como sócio trouxe a escala necessária para levar o negócio a um novo patamar. “Eu não tinha a visão de startup para catapultar a marca. O Bruno vem do mercado de inovação, fez captações para outras empresas e queria ter o seu próprio unicórnio. Ele viu o potencial que tínhamos de informações e dados por utilizar IoT nos equipamentos de chope”, relembra.

Ao longo de 2022, Sato e Medeiros focaram na distribuição de válvulas de autoatendimento, chegando a mais de 300 pontos de vendas e faturamento de R$ 2 milhões. O esforço trouxe mais de 50 mil usuários para o aplicativo MeuChope, que opera como uma carteira digital, por onde é possível liberar as torneiras, fazer o pagamento e encontrar estabelecimentos parceiros próximos.

Em março, a startup levantou uma rodada seed de R$ 8,5 milhões, com a participação de investidores como Michael Nicklas, sócio da gestora Valor Capital Group, Júlio Barbosa, sócio-fundador da BRZ, Carlos Gros, sócio do Grupo Gera, e Thiago Rodrigues, sócio da The Craftory.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/05/startup-vai-investir-r-5-milhoes-para-popularizar-o-consumo-de-cervejas-artesanais-no-brasil.ghtml