STARTUP QUER REVOLUCIONAR O MERCADO DE DRONES

A Airobotics criou aparelho com piloto automático e base para troca de bateria e sensores

O empreendedor Ran Krauss na estação de testes da Airobotics (Foto: Mariana Iwakura)

empreendedor israelense Ran Krauss, 33 anos, vislumbrou a oportunidade de trabalhar com drones seis anos atrás. “Eu tinha uma impressão muito forte de que esse equipamentos causariam uma revolução”, afirma. Krauss, que estudou dois anos de engenharia, mas abandonou o curso, se tornou piloto comercial de drones. Em 2012, fundou a Bladeworx, uma empresa que prestava serviços de drones pilotados para usos como filmagens e mapeamento de agricultura. No mesmo ano, ele criou a ParaZero, que fornece uma espécie de paraquedas para o salvamento dos equipamentos.

“Até então, o foco era em ser provedor de serviços. Mas nós tínhamos interesse em fazer produtos”, diz Krauss. Havia um mercado pouco explorado: o de indústrias. O setor exigia uma tecnologia mais avançada e confiável do que a existente até então. Era preciso ter drones autônomos, menos suscetíveis ao erro humano na pilotagem e com sensores capazes de atender às necessidades da indústrias. “Nós pensamos então em transformar os brinquedos em instrumentos”, afirma o empreendedor.

Parceiros como a mineradora ICL e a fabricante de processadores Intel fizeram testes com drones e ajudaram Krauss a definir qual era o problema que precisava ser resolvido. A resposta: o aparelho deveria ser capaz de fazer medições de maneira precisa, realizar rastreamentos de segurança (para detectar roubos, incêndios ou invasões, por exemplo) e responder rapidamente a emergências (como um vazamento em um tanque de gás).

Em 2014, nasceu a Airobotics. A solução desenvolvida pela empresa tem três partes. A primeira é uma base que se parece com um contêiner e mede 2,6 metros de comprimento, 2,1 metros de largura e 2,2 metros de altura. A segunda é um drone de 1,8 metro de ponta a ponta. A base tem a função de abrigar o drone e fazer a troca de baterias, sensores e câmeras, de acordo com o uso. O aparelho em si tem piloto automático, pode ser controlado de qualquer lugar, vem com paraquedas de emergência e a capacidade de pousar com ventos de até 20 nós. A terceira parte, o software baseado na nuvem que controla o sistema. A solução é cedida ao cliente com um contrato de leasing.

O drone e a base são desenhados e fabricados na Airobotics, em Pehta Tikva, cidade próxima a Tel Aviv. Fornecedores fazem instrumentos como câmeras, sensores e softwares. A empresa de 90 funcionários já recebeu US$ 28,5 milhões em investimentos. Seus clientes atuais são a ICL e a Intel. O plano é expandir a atuação para países que tenham indústrias com essas demandas e que tenham regularizado o uso dos drones. Krauss comemora os resultados: a ICL, por exemplo, parou de fazer a medição de seus estoques manualmente e só usa a solução da Airobotics.

*A jornalista viajou a convite do Ministério das Relações Exteriores de Israel

FONTE:

http://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2016/09/startup-quer-revolucionar-o-mercado-de-drones.html