Roberto Ludovico, fundador da Polaris, começou a empreender no setor da saúde após ter dificuldade de encontrar o diagnóstico de uma doença em 2018.

Roberto Ludovico, fundador da Polaris Divulgação
Em meio a uma família de médicos, Roberto Ludovico gostava da área de exatas e, desde adolescente, sonhava em ser executivo. Ele se formou em administração e seguiu a carreira na área de consultoria e gestão. Em 2018, Ludovico passou por alguns problemas de saúde, e a vontade de inovar na área começou a surgir. Hoje, ele é o fundador da Polaris, healthtech que oferece medicamentos manipulados de forma digital com faturamento anual de cerca de R$ 1,5 milhão. Em 2023, a startup projeta fechar em R$ 5 milhões.
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Os remédios manipulados vendidos pela Polaris são personalizados para cada cliente de acordo com dia e horário da medicação — Foto: Divulgação/Polaris
“Naquela época, fiquei revoltado. Eu passei por tanto médico e não conseguia um diagnóstico. O YouTube e a Netflix sabem o que eu quero ver hoje. Mas, no que diz respeito à saúde, que é o mais importante, isso não acontece”, diz. Ludovico demorou a ser diagnosticado com Síndrome do intestino irritável. E foi a partir desse questionamento que ele começou a pensar em formas de modernizar o setor.
Em 2019, saiu da empresa em que trabalhava e começou a tentar a empreender, mas encontrou obstáculos legislativos para colocar as ideias em prática.
“Eu conheci algumas empresas norte-americanas em que a pessoa tinha uma acesso a uma teleconsulta, parecida com um questionário virtual, e não pagava por aquilo. Ela pagava apenas pela medicação no final”, afirma. As empresas mapeadas por ele entregavam os medicamentos em packs personalizados, com separação de dia e horário dos remédios. Nessa primeira ideia, já surgiu um problema: na época, a teleconsulta não era nem sequer legalizada no Brasil.
Conversando com um amigo, ele chegou ao segmento de farmácia de manipulação. Ludovico percebeu que a área ainda era pouco desenvolvida tecnologicamente: a maioria das empresas tinham mais de 20 anos e pouca inovação. Para comprar um remédio manipulado, por exemplo, era preciso ir duas vezes ao ponto de venda, fazer o pedido e só depois retirar.
Em 2020, com a pandemia, a Anvisa liberou as receitas digitais, a oportunidade apareceu. A Polaris começou no meio daquele ano. No processo, outra questão de regulamentação veio à tona: a produção de medicamentos manipulados não podia ser terceirizada. “Conseguimos um espaço no final de 2020. Ele ficou pronto em abril de 2021, e a licença de operação saiu em janeiro do ano seguinte”, diz.
Segundo Ludovico, desde que começou a operar totalmente, a Polaris tem crescido cerca de 20% ao mês e hoje atende cerca de 1.300 clientes — o objetivo é chegar a 10 mil até o final do ano.
Além dos remédios manipulados, a healthtech vende também suplementos e dermocosméticos próprios. A indicação é feita por meio de questionários, desenvolvidos por especialistas. Tal qual nas empresas estrangeiras, as perguntas são respondidas gratuitamente. Depois, o cliente escolhe comprar ou não o kit, podendo excluir o que não quer adquirir.
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O kit de dermocosméticos da Polaris oferece quatro produtos de acordo com o tipo de pele de cada cliente — Foto: Divulgação/Polaris
Avaliada em R$ 20 milhões, a startup deve abrir uma rodada de investimentos ao final do mês. A ideia é captar cerca de R$ 3 milhões em 30 dias. Ludovico conta que o objetivo para o futuro é aprimorar os questionários — com upload de imagens e soluções com tecnologia genética — e aumentar o quadro de colaboradores.
FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/04/startup-que-vende-medicamentos-manipulados-de-forma-digital-pretende-faturar-r-5-milhoes-em-2023.ghtml