Startup permite que qualquer pessoa venda pacotes de viagem

Em operação desde maio de 2021, a Ōner Travel tem mais de 60 mil vendedores cadastrados na plataforma

O setor de turismo foi seriamente afetado pela pandemia do novo coronavírus. Jeanine Pires, que já foi diretora e presidenta da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), estava de olho neste problema. Então, conversou com o amigo Antonoaldo Neves, ex-CEO da Azul Linhas Aéreas, para pensar em estratégias de como estimular o turismo brasileiro.

A dupla fundou a Ōner Travel, plataforma digital em que qualquer pessoa pode montar roteiros de viagem e fazer vendas. Os pacotes são montados com organizações parceiras da startup, como hotéis e empresas aéreas — que pagam uma comissão para ter seus serviços oferecidos.

Em operação desde maio de 2021, a startup já tem mais de 60 mil pessoas cadastradas na plataforma (chamadas de “oners”) — o número representa um crescimento de 10 vezes em relação a dezembro de 2021. Destas, mais de 2 mil já fizeram pelo menos uma venda. Atualmente, a empresa possui mais de 130 mil hotéis ao redor do mundo.

A primeira conversa dos empreendedores foi em junho de 2020, quando pensaram em formas de trazer turistas para o Brasil. “Pensamos em criar uma plataforma para vender o Brasil como destino turístico na Europa”, diz Pires. No entanto, ao perceberem que a pandemia seria mais longa do que esperavam e as viagens internacionais demorariam a voltar, decidiram que seria melhor focar inicialmente nos viajantes brasileiros.

Em setembro do mesmo ano, começaram a desenvolver a Ōner Travel. Os empreendedores foram em busca dos provedores de serviço, primeiramente para oferecer hotéis e passagens de avião.“Usamos nosso relacionamento e a confiança que o mercado possui em mim e no Antonoaldo como profissionais para conseguir essa conexão e relacionamento”, diz Pires.

Para captar oners, a startup considerou que o setor de turismo teve um grande impacto durante a crise sanitária, e muitas pessoas estavam em busca de oportunidade de emprego. “Funcionários de hotéis, agências de viagem, aeroportos e outros negócios relacionados a turismo foram demitidos. Já tínhamos relacionamento com essas pessoas, e as trouxemos para que elas criassem suas lojas”, diz Pires.

Conforme a startup foi crescendo, passou a chamar a atenção de pessoas de fora do setor de turismo — que hoje representam 70% dos oners que já fizeram vendas por meio da plataforma. Cada um escolhe o valor da sua própria comissão.

Qualquer pessoa pode se inscrever para se tornar um oner. A startup faz uma análise do perfil, e a equipe entra em contato para saber quais são os objetivos dentro da plataforma. “Conseguimos descobrir se a pessoa quer se especializar em uma determinada região e qual é o tempo disponível para se dedicar às vendas”, explica Pires. Então, após a aprovação, é assinado um contrato.

A ideia é que o oner fique responsável pelas vendas das viagens, podendo usar suas próprias redes sociais para divulgação. “Eles podem vender pacotes por WhatsApp, Instagram e por todos os contatos que eles tenham”, diz Pires. Depois da venda, a startup se torna responsável por qualquer alteração que o consumidor final queira fazer no pacote.

A empresa também oferece capacitação  de vendas de viagens. Pires explica que o treinamento não é obrigatório, mas é recomendável.

Está no radar uma rodada de investimento, mas Pires diz que ainda não pode revelar os detalhes. “Mas temos certeza que acontecerá um aporte para continuar o nosso crescimento”, conclui.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2022/07/startup-permite-que-qualquer-pessoa-venda-pacotes-de-viagem.html