STARTUP PERMITE IR AO CINEMA QUANTAS VEZES QUISER POR R$ 32 AO MÊS

Empresa chefiada por cofundador da Netflix baixa preço para atrair público

Preço para usar o MoviePass era de US$ 30 inicialmente (Foto: Thinkstock)

Em um momento em que os cinemas enfrentam vendas mornas, Mitch Lowe, cofundador da Netflix, tem uma proposta extrema para levar mais pessoas às salas: deixar que elas assistam a todas as sessões que quiserem pelo preço de um único ingresso por mês.

Lowe, que agora administra a start-up MoviePass nos EUA, planeja reduzir para US$ 9,95 (R$ 32) o preço da assinatura mensal de ingressos de cinema oferecida por sua empresa.

Quando a empresa foi fundada, esse valor partia de US$ 30.

Por este valor, os clientes poderão assistir a uma sessão por dia em qualquer cinema dos EUA que aceite cartão de débito. A MoviePass pagará aos cinemas o preço total de cada ingresso usado pelos assinantes, exceto para salas 3D ou Imax.

A MoviePass poderia perder muito dinheiro bancando o vício cinematográfico das pessoas. Por isso, a empresa também arrecadou recursos nesta terça-feira ao vender uma participação maioritária para a Helios and Matheson Analytics, uma pequena empresa de dados.

As companhias não quiseram fazer comentários sobre as condições do financiamento, mas informaram que a MoviePass pretende abrir o capital até março.

Ted Farnsworth, diretor executivo da Helios and Matheson, disse que o objetivo é reunir uma grande base de clientes e coletar dados sobre comportamentos dos espectadores. Essas informações poderiam então ser usadas para direcionar propagandas ou outros materiais de marketing para os assinantes.

— Não é diferente do Facebook ou do Google — afirmou Farnsworth. — Quanto mais entendemos nossos fãs, mais poderemos direcioná-los.

As operadoras de cinemas sem dúvida darão as boas-vindas a qualquer iniciativa para aumentar as vendas. As quatro principais operadoras de cinemas dos EUA, lideradas pela AMC Entertainment, perderam US$ 1,3 bilhão em valor de mercado no início deste mês após um verão boreal decepcionante.

O número de ingressos vendidos nos EUA e no Canadá no ano passado diminuiu ligeiramente, e a receita de bilheteria subiu apenas 2%, graças a ingressos mais caros, de acordo com a Motion Picture Association of America, um grupo do setor.

O custo de um ingresso nos EUA quase dobrou nas últimas duas décadas, de acordo com o site Box Office Mojo. O preço médio é de cerca de US$ 8,89 neste ano, embora possa ser muito maior em algumas cidades.

A MoviePass foi fundada em 2011, originalmente com um modelo comercial semelhante ao de uma academia de ginástica. A empresa esperava lucrar com os assinantes que pagavam US$ 30 ou mais por mês, mas não usavam o serviço com frequência suficiente para justificar o custo.

A empresa não quis divulgar números de assinantes nem informações financeiras. Lowe disse que o modelo de negócios à base de dados ainda está “a anos de distância”.

Com a nova estratégia, a MoviePass espera resolver o que Lowe vê como o principal responsável pelo declínio do setor de cinemas. Segundo ele, o alto preço dos ingressos, não a concorrência da Netflix ou do serviço Prime Video da Amazon.com, é grande parte do que afasta o público.

FONTE: PEGN