Startup capta R$ 1,5 milhão após lançar remédio digital

Fundada em 2015, a Bright Photomedicine combinou soluções de big data, inteligência artificial, física e medicina para desenvolver o primeiro remédio digital do mundo. A inovação permitiu que a empresa captasse R$ 1,5 milhão por meio da Kria, plataforma online de investimento para startups. O medicamento já foi testado em mais de 300 pacientes do Hospital das Clínicas, com redução de 50% das dores em 80% dos casos, e aguarda aprovação da Anvisa até o fim do ano para ser disponibilizado às farmácias ainda em 2020.

Voltado para o combate a dores crônicas e severas, o remédio digital é baseado na fotobiomodulação – processo não invasivo que se vale da energia luminosa para estimular a produção de substâncias biológicas e a regeneração de células danificadas. Após a inserção dos dados referentes ao perfil clínico do paciente na nuvem, um sistema de algoritmos calcula a quantidade ideal de fótons para aplicar na região da lesão. “O remédio não traz os riscos e efeitos associados às cirurgias e analgésicos de alta potência, como os derivados de morfina”, acrescenta Marcelo Sousa, fundador da startup.

Sousa concluía sua gradução em Física enquanto acompanhava a avó, internada com câncer, no hospital. O diagnóstico dos médicos não era nada animador: nada havia a fazer além de cuidados paliativos. “Comecei a perceber que os médicos adotavam processos de física no dia a dia, mas sem dominar o assunto”, lembra. Ele, então, decidiu se especializar no tema, com direito a doutorado no Instituto de Física da USP e na Harvard Medical School.

A união entre física e medicina culminou na criação, em 2015, da Bright Photomedicine e do Light-Aid, uma espécie de curativo para aliviar dores crônicas e auxiliar na cicatrização de feridas e inflamações, também baseado na luz. No mesmo ano, a empresa sagrou-se vencedora do programa de aceleração da Startup Farm. Desde então, seu valor de mercado aumentou 50 vezes. Em 2018, passou a ser incubada no Cietec, centro de inovação e empreendorismo vinculado à Universidade de São Paulo.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico