Soluções IoT para cidades inteligentes já valem 20 mil milhões

Contadores inteligentes e vídeo vigilância são as áreas com maiores oportunidades de receitas.

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A consultora, que se dedica a tecnologias disruptivas, prevê agora que as doze principais tecnologias IoT para smart cities atinjam 50 mil milhões de euros em 2026, a um ritmo de crescimento anual em torno dos 11%. O relatório da ABI Research identifica os contadores inteligentes e a vídeo vigilância como os segmentos com maiores oportunidades de receitas. No entanto, as áreas que estão a crescer mais rapidamente são as estações de carregamento de veículos elétricos e a iluminação pública inteligente.

Em termos de categorias de receitas, quanto mais acima na cadeia de valor, maior a recompensa: por exemplo, aplicações e serviços, analítica e inteligência artificial, e um grande foco na segurança. Curiosamente, a pesquisa avisa para o decréscimo de atratividade de outras áreas, pelo menos no que toca à geração de receitas: são elas a conectividade, sensores, gestão de dispositivos e serviços profissionais. O motivo é este: há cada vez mais comoditização e padronização em plataformas. “O interesse e o foco nas cidades inteligentes disparou em 2017, com um grande número de fabricantes de toda a cadeia de valor a reposicionar-se e a otimizar os seus portfólios IoT, para captarem as vantagens desta oportunidade”, explica o vice presidente da ABI Research Dominique Bonte.

“Pela sua natureza de agregar uma grande variedade de soluções e tecnologias, o segmento de cidades inteligentes oferece o ambiente perfeito para o fornecimento de plataformas IoT horizontais e endereça uma tendência recente para abordagens mais holísticas e transversais”, acrescenta. Elementos críticos Há vários anos que gigantes da indústria se vêm posicionando para capitalizarem na explosão da Internet das Coisas, que está agora em pleno efeito. Cisco, SAP, IBM, Microsoft, Nvidia, Amazon, Huawei e Siemens são incontornáveis, neste momento. A estas multinacionais juntam-se outras empresas com plataformas igualmente interessantes, tais como a Chordant da InterDigital, a NetSense da Verizon, a Impact da Nokia e a ThingWorx da PTC. Um ponto interessante da pesquisa é concluir que quase todas, “senão mesmo todas” as fornecedoras de tecnologia estão a olhar para as cidades inteligentes como foco das estratégias IoT.

O que a consultora diz é que “apenas as que endereçarem os desafios específicos que as cidades enfrentam irão ganhar.” Entre os fatores críticos para o sucesso está a capacidade de oferecer soluções flexíveis e extensíveis na modalidade “como serviço”, isto é, em que o cliente paga à medida que utiliza. Outros fatores são o ecossistema de financiamento e suporte, interoperabilidade baseada em standards e garantia de gestão do ciclo de vida das tecnologias. “Simplesmente aplicar uma camada de marketing a uma plataforma IoT genérica não vai dar”, avisa a ABI Research.

Empresas e tecnologias A SAP lançou a sua plataforma Leonardo há quase um ano, como chapéu para englobar todas as suas iniciativas relacionadas com IoT – desde Connected Goods e Vehicle Insights a Asset Intelligence Network e Predictive Maintenance and Service. A iniciativa recebeu um investimento de vários milhares de milhões de dólares. Já a Cisco – que foi reconhecida como fornecedora número um de cidades inteligentes pelo Navigant Research Leaderboard – reposicionou-se quase no final do ano com a plataforma Kinetic for Cities, uma oferta unificada para IoT. Aqui encontram-se soluções de iluminação pública, estacionamento inteligente, gestão de multidões, soluções para o ambiente, entre outras.

Do lado da IBM, cuja estratégia foi desenhada em cima do supercomputador Watson, os investimentos não têm parado nos últimos três anos. Em 2017, a empresa abriu a sede da Watson IoT em Munique, investindo 200 milhões de euros na estrutura. A gigante não só tem um orçamento de 3 mil milhões de dólares para a plataforma, como já garantiu 750 patentes IoT e um ecossistema de 1400 parceiros. CityNext é o nome da iniciativa da Microsoft, que foi das primeiras a lançar-se nas plataformas para cidades inteligentes: a estratégia foi anunciada em 2013.

A empresa tem tecnologias e projetos em áreas como a segurança pública, com câmaras ligadas à nuvem, gestão de transportes públicos, análise de dados de acidentes de trânsito e analítica para problemas de saúde pública, entre outras.

A histórica Siemens lançou em 2016 a sua plataforma na nuvem MindSphere, que funciona como um sistema operativo aberto para a IoT que permite conectar máquinas e infraestruturas físicas ao mundo digital. A MindSphere chegou recentemente à AWS (Amazon Web Services), que em 2015 lançou a sua plataforma AWS IoT para construir, gerir e analisar a Internet das Coisas. A ambição da Huawei com a OceanConnect é semelhante. A fabricante chinesa desenhou uma solução aberta e interoperável, que inclusive ganhou a distinção de “Melhor Plataforma IoT” no IoT World Europe 2017.

O ecossistema tem 500 parceiros e as soluções foram aplicadas por varias empresas, como a China Telecom e o FAW Group.

FONTE: DINHEIRO VIVO