A serviço da população, aplicativo informa possíveis enchentes e raios em todo o Brasil

O SOS Chuva foi vencedor do Prêmio Péter Murányi 2019, que também premiou um programa de melhoramento genético da aveia e o desenvolvimento de um medicamento

Group of people is drawing bulbs. Concept of creating new ideas in the team

Trabalho que resultou na criação de um aplicativo capaz de fornecer aos usuários de smartphones informações precisas sobre a ocorrência de chuvas intensas é o vencedor do Prêmio Péter Murányi 2019, edição Ciência & Tecnologia, conforme decisão do júri, realizado em 5 de fevereiro. Coordenado por Luiz Augusto Machado e Luiz Eduardo Guarino, o App “SOS Chuva” oferece aos usuários acesso a radares meteorológicos que monitoram todo o território brasileiro, em tempo real.

Iniciado em 2013, o projeto foi criado para reduzir a vulnerabilidade de moradores da região de Campinas, interior de São Paulo, a eventos climáticos extremos, dando-lhes a oportunidade de planejar ações para que sejam reduzidos danos materiais e físicos a essa população. Posteriormente, o alcance da ferramenta tornou-se nacional.

SOS Chuva, Autossuficiência em aveia e anti-inflamatório tópico foram os finalistasPullquote sample text

Integrado a estações responsáveis pela previsão do tempo em todo o Brasil, o serviço permite o monitoramento do clima, visualização de satélites e o compartilhamento de informações sobre as condições meteorológicas em determinadas regiões e como os moradores destas localidades devem agir em caso de enchentes, além de avisar quantos raios caíram em um determinado perímetro em um espaço de cinco minutos.

Além da solução, o trabalho dos pesquisadores originou um sistema de previsão imediata, voltado a meteorologistas operacionais, e que permite a esses profissionais prever tempestades.

“A previsão imediata é algo novo e se faz cada vez mais necessária diante de tantas mudanças climáticas repentinas. É importante que a população tenha acesso a essas informações, para que ela possa tomar decisões corretas em situações como essas”, contam Machado e Guarino. O projeto levou dois anos para ser concluído.

Autossuficiência em aveia e anti-inflamatório tópico foram os finalistas
O desenvolvimento de um programa de melhoramento genético da aveia, permitindo o cultivo desse cereal em áreas do Sul do Brasil, ficou em segundo lugar no Prêmio Péter Murányi 2019. Iniciado em 2000 e coordenado pelos professores Luiz Carlos Federizzi e Marcelo Teixeira Pacheco, o projeto nasceu com objetivo de adaptar as sementes da aveia ao clima subtropical e tornando-as resistentes às pragas comuns em território nacional e que costumam inviabilizar as colheitas, tornando seu cultivo sustentável. Os resultados colhidos permitiram que o Brasil deixasse de ser um importador de aveia, para tornar-se um exportador.

O terceiro colocado foi um trabalho inédito que resultou no desenvolvimento de um medicamento cujo princípio ativo é constituído por plantas que fazem parte da biodiversidade brasileira. Coordenado pelo professor João Batista Calixto, a pesquisa deu origem ao medicamento mais prescrito entre os anti-inflamatórios tópicos, o Acheflan. O medicamento foi registrado pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em 2004, e teve sua comercialização liberada em junho de 2005.

Por dentro do Prêmio Péter Murányi 2019
O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente, com temas que se alternam a cada edição: Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação. Cada tema é revisitado a cada quatro anos. O valor total é de R$ 250 mil, divididos entre o vencedor (R$ 200 mil), o segundo colocado (R$ 30 mil) e o terceiro (R$ 20 mil). A entrega ocorrerá em abril, durante a festa de premiação.

A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: ABC (Academia Brasileira de Ciências), Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil); Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo); Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras); Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola); CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico); Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); e SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

FONTE: INFOR CANNEL