Senador dos EUA critica TikTok e quer banir dados armazenados na China

Rede social reafirma independência dos reguladores chineses e diz que não deletaria conteúdo mesmo com pedido pessoal do presidente Xi Jinping

A disputa comercial entre EUA e China teve a fabricante de smartphones Huawei no centro do início das discussões. Ao longo deste ano, empresas chinesas e norte-americanas com presença no país asiático passaram a ser afetadas negativamente pela crescente tensão entre as duas superpotências mundiais. Neste processo, o senador Josh Hawley, dos EUA, introduziu nesta segunda-feira (18) um projeto de lei para banir o armazenamento de dados de usuários americanos em servidores chineses.

Em declaração, Hawley citou a Apple e o TikTok (rede social da startup chinesa ByteDance) como ameaças à privacidade dos usuários dos EUA. Isto porque ambas as empresas transferem dados para servidores na China e recusaram um chamado para falar sobre este tema ao congresso norte-americano há duas semanas.

“Se seu filho usa o TikTok, há uma chance de o Partido Comunista Chinês saber onde ele está, como se parece, o som da sua voz e o que anda assistindo. Esse é um recurso que o TikTok não anuncia”, afirmou o senador.

Caso a lei passe, empresas que atuam ao mesmo tempo no mercado chinês e no norte-americano terão desafios para se adaptar. Isto porque o governo da China já obriga que as companhias de tecnologia que operam no país armazenem os dados em servidores locais, gerando um conflito regulatório.

“O TikTok alega que não armazena dados de usuários americanos na China”, disse Hawley. “Isso é legal, mas basta que uma autoridade do Partido Comunista bata na porta da ByteDance para que esses dados sejam transferidos para as mãos do governo chinês assim que desejarem”, completou.

TikTok responde

Também nesta segunda-feira, uma entrevista foi publicada no jornal norte-americano New York Times com Alex Zhu, que lidera a equipe do TikTok na ByteDance. Perguntado o que faria se o presidente chinês Xi Jinping fizesse um pedido, em pessoa, para a exclusão de um conteúdo na plataforma, Zhu respondeu: “Eu recusaria”.

Zhu afirma à publicação que os dados do TikTok são separados dos demais dados da ByteDance, exatamente por conta do foco no crescimento no exterior. “É sabido que a ByteDance foi fundada na China”, disse. “Mas a realidade é que o aplicativo TikTok não opera na China e estamos construindo e empoderando equipes locais nos mercados em que operamos”. O app opera na China de forma separada, sob o nome de Douyin.

FONTE: STARTSE