São Paulo testa primeira usina fotovoltaica flutuante na represa Billings

A represa Billings, em São Paulo, está testando a primeira usina fotovoltaica na região. Na prática, as boias estão sendo colocadas embaixo de placas de energia solar, que ficarão sobre a água captando energia. O projeto tem 100 kW de potência e uma área de mil metros quadrados. No total, foram gastos R$ 450 mil em equipamentos.

Com duração de 90 dias, o teste vai avaliar se é viável instalar mais usinas flutuantes em outras áreas do reservatório que abastece a capital. Caso o resultado seja promissor, a ideia é instalar mais delas nas represas de Billings e Guarapiranga.

Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, afirma que o apoio da população e da iniciativa privada é fundamental para o sucesso do projeto. “Estamos buscando cada vez mais formas de incentivar a preservação do meio ambiente por meio do desenvolvimento sustentável dessas represas que são de extrema importância para o abastecimento da região”, completa.

A Tractebel está desenvolvendo o projeto básico de fotovoltaicas solares flutuantes com capacidade de 30 MW na barragem hidrelétrica da Batalha, de 52,2 MW localizada no rio São Marcos, em Goiás, de propriedade do grupo estatal brasileiro Furnas Centrais Elétricas. Nesse grande projeto de energia renovável, a Tractebel será responsável pelo projeto para a implantação das usinas I, II e III.

Para atingir uma potência instalada total de 30MW, será instalado 90.900 módulos fotovoltaicos flutuantes no reservatório, o equivalente para suprir a energia mensal de aproximadamente 30.000 residências.

O Brasil já abriga uma usina solar à deriva adicional de 1 MW na barragem de Sobradinho, um centro hidrelétrico de 175 MW no rio São Francisco, em Sobradinho, no estado da Bahia.

A energia solar fotovoltaica flutuante é uma ótima alternativa no Brasil, já que os componentes, bem como a colocação de estruturas à deriva, podem ajudar a diminuir a dissipação dos tanques de armazenamento de água atualmente testados, além de aumentar o fornecimento de energia elétrica em períodos secos.

No mesmo caminho, a Furnas Centrais Elétricas também estuda qual é a melhor maneira para a implantação de energias solar e eólica na Usina Hidrelétrica de Itumbiara, no rio Paranaíba, a maior usina do Sistema Furnas e fica localizada entre os municípios de Itumbiara, em Goiás, e Araporã, em Minas Gerais. A ideia é instalar um sistema de geração de energia solar fotovoltaica no entorno e no reservatório da usina.

Para aproveitar a energia solar gerada durante o dia, o projeto inclui o armazenamento da energia em sistemas de hidrogênio e eletroquímico. “Vamos armazenar energia gerada através da fonte solar para buscar ter um período maior de fornecimento de energia dessa fonte”, disse o gestor técnico da Gerência de Pesquisa, Serviços e Inovação Tecnológica de Furnas, Jacinto Maia Pimentel.

Além das baterias de alta capacidade, o armazenamento será feito por meio de hidrogênio líquido. O projeto básico de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de Furnas já foi iniciado e deve ser concluído em 32 meses, com investimento previsto de R$ 44,6 milhões da carteira de P&D de Furnas. A iniciativa é fruto da parceria com a empresa Base-Energia Sustentável, associada à Universidade Estadual Paulista (Unesp), à Universidade de Campinas (Unicamp), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Goiás (Senai-GO), à Universidade de Bradenburgo (Alemanha) e à PV Solar.

FONTE: PORTAL SOLAR