O robô de investimentos não é uma figura cibernética saída de um filme de ficção científica. É um sistema automatizado de consultoria e gestão de recursos. Dotado de inteligência artificial, ele analisa as necessidades do cliente e monta uma carteira de investimentos.
Os robôs são desenvolvidos por fintechs, empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros.
Como funciona
Todo o contato entre a consultoria e o investidor é feito pela internet. Basta entrar no site, preencher um cadastro e responder as perguntas, o que leva de cinco a dez minutos. O processo é gratuito e não é preciso ser cliente da consultoria.
Com os dados, o robô analisará o perfil financeiro e os objetivos do investidor: aposentadoria, compra da casa própria, viagem ao exterior etc. Apresentará, então, um diagnóstico financeiro e uma proposta de investimento, informando os produtos indicados e quanto é necessário investir mensalmente para atingir seu objetivo.
As recomendações vão de produtos mais conservadores, como CDBs e fundos de renda fixa, até mais arriscados, como fundos de ações brasileiras e estrangeiras.
Concordou com o diagnóstico? Para tornar-se cliente, termine de preencher as informações solicitadas. Ao finalizar o cadastro, ele é submetido a aprovação, o que costuma acontecer na hora.
Aprovado o cadastro, o investidor transfere os recursos para a conta indicada, e o robô cuida do resto, fazendo automaticamente os investimentos com os quais você concordou.
Caso você não goste da proposta do robô, dá para refazer a simulação ou até falar com consultores reais via bate-papo, email ou telefone.
Qual é a desvantagem?
Depois que o dinheiro é transferido, é o robô que faz a aplicação e eventuais alterações nos investimentos ao longo do tempo para adequá-los ao objetivo estipulado.
“A desvantagem de aplicar por meio de um robô é a mesma de investir em um fundo. Você está transferindo a decisão do que fazer com o seu dinheiro para outra pessoa. Se o gestor cometer um erro e o fundo der prejuízo, não adianta reclamar depois”, disse Bernardo Pascowitch, fundador do buscador de investimentos Yubb.
Quem oferece o serviço?
Quatro empresas dominam o mercado de robôs de investimento no Brasil: Magnetis, Monetus, Warren e Vérios. O funcionamento delas é parecido. As diferenças estão nos valores mínimos de aplicação, nas taxas cobradas e nos tipos de investimento indicados pelos robôs.
Preciso ter uma fortuna para investir?
Warren e Monetus aceitam aplicação inicial a partir de R$ 100. Na Magnetis, o mínimo é de R$ 1.000, e na Vérios, de R$ 12 mil.
“O cliente consegue ter acesso a uma carteira de produtos diversificada com uma aplicação inicial baixa. Se ele for investir num banco ou corretora, vai encontrar muitos fundos que não aceitam aporte inicial inferior a R$ 10 mil”, afirmou Luciano Tavares, presidente da Magnetis.
Custa caro?
Os valores cobrados são menores do que as taxas de administração da maioria dos fundos oferecidos nos grandes bancos. A Magnetis cobra a menor taxa entre os robôs, de 0,4% ao ano sobre o montante investido, e a Vérios apresenta a maior taxa, de 0,95% ao ano.
É seguro?
As empresas que oferecem os robôs de investimento são fiscalizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o órgão regulador do mercado financeiro.
O dinheiro que você investe não fica em poder da empresa. Ele é direcionado para fundos de investimento sob a responsabilidade de um banco ou gestora, para compra de CDBs emitidos por instituições financeiras ou para compra de ações ou cotas de fundos listados em Bolsa (ETFs).
FONTE; UOL