Relatório aponta espaço para crescimento de govtechs no Brasil

Relatório aponta espaço para crescimento de govtechs no Brasil.

A Deloitte e a Abstartups (Associação Brasileira de Startups) lançaram o relatório inédito “A Importância das Startups nas Cadeias de Produção – Edição Govtechs” para trazer à luz informações sobre esse segmento de empresas de tecnologia. Um dos destaques do estudo é que o Brasil aparece na 7ª posição global no índice de transformação digital no setor público — os primeiros colocados são Coreia do Sul, Estônia, França, Dinamarca, Áustria e Reino Unido. O dado é do Índice de Maturidade das Govtechs de 2020, divulgado pelo Banco Mundial.

Entre 2020 e 2021, o site LABS aponta que houve cerca de R$ 48 milhões de investimentos em startups deste segmento – um valor ainda baixo se comparado com fintechs, mas que demonstra um crescimento na demanda de investidores. O Governo Federal do Brasil assinou 1.929 contratos de serviços de Tecnologia da Informação no valor de R$ 2,5 bilhões no ano de 2020. Esse montante é 19% maior do que os contratos assinados em 2019, que chegaram a R$ 2,1 bilhões, segundo dados levantados pela Effecti.

No entanto, apenas 1,8% das startups mapeadas no Brasil afirmam ter o governo (B2G) como público-alvo — e o relatório aponta que este número poderia ser maior. Isso porque startups com foco em educação, saúde, meio ambiente, segurança e defesa, entre outras, têm um significativo potencial de atuação junto a governos.

“Há um potencial enorme para o mercado de startups no setor público brasileiro”, diz Elias de Souza, líder de Government & Public Services da Deloitte. “Estamos vivendo ainda um momento de grandes transformações digitais na administração pública. Com foco na qualidade de vida do cidadão, os gestores públicos estão em busca de soluções que garantam o amplo acesso a população, promovam eficiência e simplificação dos serviços públicos.”

O relatório também aponta os dois obstáculos principais para que startups possam ampliar sua oferta de serviços para o setor público. O primeiro deles é o processo burocrático de contratação de serviços. O segundo é o nível de maturidade de governança corporativa nas startups. “Uma proposta para a solução desses obstáculos, e que representa uma oportunidade para as govtechs, é o trabalho conjunto com empresas públicas de tecnologia da informação e processamento de dados (como Serpro e Dataprev), uma vez que é realizado em um modelo de contratação de serviços mais simplificado”, diz o relatório.

A inteligência artificial e a segurança digital aparecem em destaque como tendências tecnológicas no ecossistema Govtech. Também é esperado um crescimento dos serviços e soluções para melhorar a qualidade no atendimento do cliente.

“Algo que pode revolucionar a forma com que as startups se relacionam com o governo é o Open Government, que, com descentralização e maior facilidade de acesso aos dados públicos e sociais, viabilizará o surgimento de muita inovação neste segmento”, diz Luiz Othero, diretor executivo da Abstartups.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/01/relatorio-aponta-espaco-para-crescimento-de-govtechs-no-brasil.ghtml