Realidade virtual reduz risco e aumenta eficácia de treinamentos

Uso de realidade virtual para treinamentos tem se tornado comum (Foto: Thinkstock)

Quando falamos em realidade virtual, logo associamos a tecnologia de imersão aos jogos de videogame. Porém, existem muitas outras aplicações possíveis para o recurso de simulação da realidade. Uma delas é o treinamento para serviços que envolvam algum risco, caso de alguns trabalhos industriais e do treinamento militar.

Na GE, por exemplo, os simuladores são utilizados para a capacitação de profissionais que realizam a manutenção em redes elétricas. Ensinar um operador a substituir um disjuntor de alta voltagem normalmente envolveria muitos manuais em papel e etapas práticas de uma semana em um centro de treinamento de subestações, com uma equipe de seis pessoas para operar o guindaste. Com a realidade virtual, são gastos apenas 20 minutos para a prática dessa tarefa.

Além da segurança, o sistema pode ser utilizado em qualquer ambiente, permitindo que o funcionário repita a tarefa quantas vezes achar necessário para chegar a perfeição. “Treinamos colaboradores com realidade virtual em diversas tarefas de manutenção antes que eles precisem ir à campo”, afirmou Olivier Couderc, diretor de treinamento global da GE Grid Solutions, para o GE Reports.

Outra vantagem citada pelo executivo é a possibilidade de oferecer um treinamento sem precisar interferir na agenda de um profissional, normalmente afastado de suas tarefas normais na área para supervisionar o trainee. Porém, talvez o maior ganho do uso da realidade virtual na formação de quem trabalha com redes elétricas seja a segurança.

“Essa tecnologia ensina ao operador o que ele precisa fazer, na sequência correta, para mantê-lo seguro – e o melhor, dentro de um ambiente controlado. Isso é vital quando lidamos com transmissões acima de 100 kilovolts. Qualquer erro cometido lá fora pode ser o último”, alerta Couderc.

O sistema de treinamento desenvolvido pela GE Grid Solutions estreou um ano atrás com foco em manutenção em redes elétricas. Agora, ele já é aplicado para o aprendizado de montagem de disjuntores isolados a gás – peças complexas de equipamentos que as empresas vêm usando intensamente nos últimos 30 anos e que talvez possam precisar de substituição.

Apesar de ressaltar a segurança oferecida pelo treinamento em realidade virtual, o diretor de treinamento global afirma que o processo de formação do colaborador funciona melhor quando combinado com outros métodos de aprendizado, como instruções práticas e leituras de manuais, onde o passo a passo também pode ser entendido. “A eficiência é altíssima para aprendizado técnico e o recurso pode ser aplicado em qualquer lugar do mundo”, garante.

No futuro, de acordo com Couderc, os instrutores poderão ajudar os trainees em realidade virtual de qualquer lugar. Da mesma forma, o uso de realidade aumentada, onde o responsável pela manutenção pode colocar um óculos durante o serviço e receber instruções de como executá-lo melhor, encontra-se em desenvolvimento. “Acredito que a realidade virtual vai substituir o manual em papel em breve”, previu.

FONTE: ÉPOCA