Realidade virtual mostra-se em força na Semana da Ciência e Tecnologia

Durante estes quatro dias, no Venetian, a realidade virtual vai ser a principal atracção da Semana da Ciência e Tecnologia. O evento arrancou ontem com largas dezenas de jovens a acorrerem às várias máquinas de realidade virtual constantemente ocupadas pelas crianças.

Na Semana da Ciência e Tecnologia, que hoje arranca oficialmente, a realidade virtual é a principal aposta, com vários ‘stands’ dedicados a esta tecnologia. Ontem deu-se a inauguração oficial do evento e, pelo espaço de exposições do Venetian, largas dezenas de jovens acorreram às várias máquinas de simulação de realidade virtual, quer para jogar jogos, quer para sentir na pele as sensações de um tremor de terra. Apesar desta tecnologia, que tem conhecido rápidos desenvolvimentos nos últimos anos, ser o centro das atenções do evento, vários expositores de escolas e universidades locais ocupam também o espaço expositivo, com os trabalhos e projectos desenvolvidos pelos alunos.

É o exemplo do canto da Universidade de São José (USJ), cuja exposição está dividida em três áreas: ciências do ambiente, neurobiologia e ciências da terra. Nesta última secção está o mapa geológico de Macau, actualizado pela equipa de investigadores do Instituto de Ciências Ambientais, que estudou também a história geológica do território através da datação das rochas. “Pela primeira vez sabe-se qual é a idade geológica de Macau, anda perto dos 156.5 milhões de anos”, conta David Gonçalves, director do Instituto de Ciências Ambientais da USJ, ao PONTO FINAL. “Na secção que está mais focada na parte da biodiversidade de Macau temos feito alguns projectos relacionados com a importância dos ecossistemas de mangal que ainda resistem em Macau enquanto pontos de preservação da biodiversidade. Temos alguns projectos, nomeadamente em colaboração com a China e a Europa, para estudar os sistemas do fundo do mar, onde existem recursos minerais importantes”, detalhou o biólogo.

E como descreve David Gonçalves a adesão dos jovens no primeiro dia da Semana da Ciência e Tecnologia? “Até agora temos tido uma adesão muito interessante e muito significativa. Eu creio que os jovens se interessam por ciência, também se interessam pelo meio natural. Às vezes é preciso é levar isso até aos jovens e creio que este tipo de eventos são muito importantes para cativar e desenvolver o interesse dos jovens pela ciência e pela natureza”, considerou o professor.

Para Oscar Leong, controlador da educação e dos expositores do Centro de Ciência de Macau, cativar os jovens para as ciências e tecnologia não é o problema. Os novos desafios passam, considera Leong, por retirar a atenção das crianças dos ecrãs e levá-la para projectos mais práticos. “As pessoas mais velhas podiam apenas aprender a teoria ou alguns cálculos e não tanto fazer experiências. Este ano nós pudemos comprar algumas máquinas para as crianças poderem experimentar. É melhor do que se estiverem apenas a jogar nos ecrãs”, disse Oscar Leong, ao PONTO FINAL.

Assim, no ‘stand’ do Centro de Ciência de Macau, as crianças podem explorar tanto realidade virtual como realidade aumentada. Oscar Leong explica que, através da ‘app’ do centro, qualquer pessoa pode criar a sua própria experiência de realidade aumentada, escolhendo um marcador – que pode ser uma imagem, um símbolo, um logotipo ou mesmo uma ‘selfie’ – que, seleccionado através da ‘app’, como se fosse um código QR, mostra um outro conteúdo que pode ser um texto, imagem ou um vídeo.

Porém, a atracção principal do ‘stand’ do Centro de Ciência é mesmo o ICAROS, um sistema de realidade virtual originalmente utilizado para exercitar o corpo mas aqui com fins puramente de entretenimento. “Este é diferente [das outras experiências de realidade virtual] porque os outros mexem-se por máquinas, mas neste tens que ser tu a mexer todo o teu corpo. Parece que estás a voar no céu e tens que passar por vários arcos balançando o corpo”, descreve Oscar Leong.

FONTE:  BLOG PONTO FINAL