Radar Agtech Brasil 2020/2021 identifica 1.574 agtechs, 40% mais que em 2019

Estado de São Paulo mantém a liderança na quantidade de agtechs, com 48% do total

Radar Agtech Brasil 2020/2021 — elaborado em parceria entre a EmbrapaSP Ventures e Homo Ludens Research and Consulting com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — aponta que o país já conta com 1.574 startups atuando no agronegócio. O número de startups ativas é 40% maior do que o registrado no Radar Agtech Brasil 2019.

O estado de São Paulo manteve a liderança em quantidade de agtechs, com 48% do total. As duas cidades com mais agtechs no Brasil são São Paulo e Piracicaba (SP), onde está a Esalq-USP. A capital paulista, classificada como o 18º ecossistema de startups do mundo, pelo estudo StartupBlink 2020, contribui com 22% do total das startups mapeadas.

Outros municípios com importantes universidades também também foram destaque quanto à concentração de agtechs: Viçosa (MG), São Carlos (SP) e Chapecó (SC). Na região Nordeste, por sua vez, o estudo identificou o maior número de novos empreendedores em comparação com a edição de 2019.

Investimentos

A nova versão do Radar Agtech Brasil, que será lançada oficialmente em 28 maio, também identificou 78 instituições que investiram e apoiaram o empreendedorismo de startups do setor agropecuário no Brasil, possibilitando o acesso a oportunidades de incubação, aceleração e investimentos. Essa informação é crucial para que as startups consigam obter recursos e capital para atingir suas metas de crescimento. Além disso, foram listadas as 223 agtechs nacionais beneficiadas por essas instituições, por meio de recursos financeiros e/ou de gestão.

Áreas de atuação

Considerando as 1.574, as principais áreas de atuação identificadas foram:

Antes da fazenda

  • Fertilizantes, inoculantes e nutrição Vegetal (46)
  • Crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária (42)
  • Análise laboratorial (33)
  • Sementes, mudas e genômica vegetal (24)
  • Nutrição e saúde animal (19)Dentro da fazenda
  • Sistema de gestão de propriedade rural (154)
  • Plataforma integradora de sistemas, soluções e dados (111)
  • Drones, máquinas e equipamentos (79)
  • Sensoriamento remoto, diagnóstico e monitoramento por imagens (70)
  • Conteúdo, educação, mídia social (58)Depois da porteira
  • Alimentos inovadores e novas tendências alimentares (293)
  • Marketplaces e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários (100)
  • Armazenamento, infraestrutura e logística (57)
  • Mercearia on-line (45)
  • Restaurantes on-line e kit de refeições (39)

Para a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, o Brasil está na vanguarda da digitalização na agricultura. “O país teve uma adoção digital que cresceu durante a pandemia. Essa realidade o coloca em uma posição diferenciada que pode facilitar as transições para a competitividade e o futuro do setor agropecuário, fomentando diferentes ferramentas para abordagens como agroecologia, bioeconomia, agricultura urbana, sistemas alimentares, agricultura vertical, smart farming(agricultura inteligente) ou agricultura digital”, avalia, em nota.

O sócio da Homo Ludens Luiz Ojima Sakuda, um dos coordenadores do estudo, destaca que, como em outros setores, a transformação digital foi acelerada no campo e esse interesse maior dos produtores rurais pelas soluções tecnológicas representa um grande ganho também para as startups.

“Os dados do Radar Agtech Brasil 2020/2021 mostram que, apesar de ainda haver a liderança dos centros tradicionais, a cultura de empreendedorismo e inovação está chegando com força a novos locais. Identificamos 316 cidades com agtechs, sendo que 26 cidades possuem um ecossistema com 10 ou mais agtechs”, afirma Sakuda, em nota. Ele acredita que existe um potencial tecnológico que pode ter forte impacto positivo no setor do agro, se houver mais oportunidades de colaboração e investimentos voltados para esse ecossistema.

Para Murilo Vallota Gonçalves, associado da SP Ventures, o mapeamento também auxilia as startups a se prepararem melhor para atuar no mercado, com informações relevantes tanto para essas empresas quanto para os investidores. Além de destacar o aumento na procura por soluções digitais, ele aponta um movimento de maior consciência econômica, social e ambiental na sociedade brasileira.

Outras análises do Radar Agtech Brasil 2020/2021 serão produzidas ao longo do ano, em especial com relação aos impactos ESG (Ambiental, Social e Governança, sigla em inglês) gerados pelas empresas.

FONTE: https://www.agtechgarage.news/radar-agtech-brasil-2020-2021-identifica-1-574-agtechs-40-mais-que-em-2019/