Qual é o futuro das entregas por drone?

Mais de 1,4 milhão de entregas por drone devem ser realizadas em 2022 em todo o mundo

As entregas por drone estão se tornando cada vez mais populares nas operações logísticas modernas. As aeronaves não tripuladas transportam medicamentos, encomendas, documentos, alimentos e outros produtos de cuidados domésticos.

Essas operações de delivery por drones estão ganhando uma importância ímpar na logística de última milha, devido à precisão que apresenta, ao transporte ser mais sustentável, ao tempo de entrega mais curto e a um custo operacional menor do que os métodos tradicionais.

O setor foi impulsionado pela pandemia de covid-19. Apenas considerando os voos comerciais, nos últimos três anos mais de 660 mil entregas por drone foram realizadas no mundo, segundo a consultoria McKinsey. Somente no ano passado, foram cerca de 500 mil e, em 2022, cerca de 1,4 milhão de entregas deverão ser realizadas.

Quais empresas oferecem entregas por drone?

Mais de 100 empresas operam no mercado de entregas por drone. As líderes do mercado incluem Antwork (Líbano), Flytrex (Israel), Manna (Irlanda), Matternet (EUA), Skyports (Inglaterra), Swoop Aero (Austrália) e Zipline (EUA), entre outras.

A primeira entrega por drone foi de uma pizza, em novembro de 2016. A Domino’s, em parceria com a Flirtey, deixou um pedido na porta de um cliente em Whangaparaoa (Nova Zelândia). Mas a expansão do serviço aconteceu quando gigantes do comércio entraram no setor.

A Amazon tem um serviço próprio de delivery em testes. A Wing, do conglomerado da Google, oferece entregas por drones em parceria com a FedEx e a farmácia Walgreens. O Walmart também quer expandir a rede, em colaboração com a DroneUp, para 4 milhões de lares nos Estados Unidos até o final de 2022.

No Brasil, a startup Speedbird Aero é a única empresa com autorização para operar um serviço de entregas por drones. A companhia realiza o transporte de alimentos para o iFood e de sêmen de suínos para a BRF.

Desafios para expansão do delivery

Entregas aéreas dentro das cidades ainda dependem de segurança jurídica. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Entregas aéreas dentro das cidades ainda dependem de segurança jurídica. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Apesar do forte crescimento do setor nos últimos anos, ainda há muitos desafios para que as entregas por drones realmente decolem e se tornem mais comuns. O ambiente regulatório ainda é muito incipiente e pode limitar os voos a determinadas áreas, horários e condições climáticas, impactando os custos das operações.

O público também tem de confiar e aceitar o serviço. Uma pesquisa realizada pela McKinsey em seis países apontou que quase 60% dos entrevistados usariam um serviço de entrega de drones se tivesse disponível. Parece promissor, mas acidentes, como ocorreram no programa-piloto da Amazon, e o risco de perda de privacidade podem afetar a opinião pública.

Existe, ainda, a preocupação com os custos iniciais. A implantação de plataformas de lançamento, alinhando o movimento de drones com edifícios e espaços operacionais abertos, licenças, instalações de carregamento de baterias, software, tecnologia, treinamento, pesquisa e desenvolvimento exigem altos investimentos.

Perspectivas para o mercado

O mercado global de entrega de pacotes por drones deve crescer de US$ 1,5 bilhão, em 2021, para US$ 31 bilhões até 2028, com um boom anual de 53,94% no período, segundo projeção do Fortune Business Insight.

A crescente demanda por entrega rápida e eficiente de produtos e serviços, o desenvolvimento tecnológico de plataformas automáticas de transporte pesado, drones de longo alcance e novas empresas de serviços de entrega de pacotes são os principais fatores que impulsionam o crescimento do mercado.

FONTE: https://summitmobilidade.estadao.com.br/ir-e-vir-no-mundo/qual-e-o-futuro-das-entregas-por-drone/