Quais bancos e fintechs brasileiros já adotaram as criptomoedas?

Apesar da tendência de baixa que tem impactado negativamente o preço do Bitcoin e das demais criptomoedas, ainda assim o setor chama a atenção do mercado tradicional. Bancos e fintechs acompanham a evolução do segmento e revelam o quanto essa nova modalidade cativa o interesse dos investidores.

Nesse sentido, instituições bancárias e fintechs brasileiras estão lançando produtos relacionados ao mercado cripto, com soluções voltadas ao investimento em ativos digitais. Confira abaixo quem no Brasil já adotou as criptomoedas.

Nubank

Nubank além de disponibilizar aos clientes a alternativa de investir em criptomoedas, revelou que pretende investir parte do patrimônio da empresa em Bitcoin. Em junho, David Vélez, cofundador da instituição, afirmou que pretende aplicar 1% do caixa da companhia na moeda digital.

Segundo ele, é uma maneira de se alinhar aos correntistas do banco. Vélez explicou que esse é o jeito de mostrar convicção para os clientes. No fim de dezembro, o caixa da empresa era de R$ 13,4 bilhões, sendo assim, o valor investido deve ser algo em torno de R$ 134 mil.

Instituições do mercado financeiro tradicional, como bancos e fintechs, estão cada vez mais se interessando por criptomoedas (Imagem:Reprodução/Envato/jirkaejc)

A empresa ampliou para todos os clientes o serviço de investimento em Bitcoin e Ethereum no dia 18 deste mês. A opção estava disponível desde o início de maio, mas apenas para algumas pessoas. Agora, todos os usuários da fintech poderão usar a funcionalidade Nubank Cripto no app para comprar e vender Bitcoin e Ethereum. As aplicaçõess podem ser feitas a partir de R$ 1.

Mercado Livre

Mercado Livre também está bastante interessado nas criptomoedas, a instituição argentina anunciou em agosto do ano passado uma opção para compra e venda de moedas digitais por meio do aplicativo do Mercado Pago.

Em março deste ano, a empresa revelou ter ultrapassado a marca de 1 milhão de clientes de criptomoedas no Brasil. O Mercado Livre é uma das maiores empresas da América Latina, com vários serviços oferecidos para seus clientes. Os usuários podem negociar moedas digitais com valores a partir de R$ 1. A plataforma disponibiliza operações de Bitcoin, Ethereum e a stablecoin (moeda estável) USDP.

Itaú

O Itaú é outra instituição do mercado tradicional que percebeu o potencial das criptomoedas e decidiu oferecer aos seus clientes a oportunidade de investimento no setor. A organização que no passado assumiu uma posição crítica, desde 2021 demonstra interesse no segmento cripto.

Em 26 de abril de 2021, o banco ofereceu aos seus clientes a possibilidade de adquirir cotas do primeiro ETF de criptoativos do Brasil — ETF (Exchange Traded Fund) é um fundo de investimentos negociado na Bolsa de Valores.

O Itaú é um dos bancos que lançaram plataformas voltadas ao mercado cripto. A instituição investiu na Liqi (fintech do segmento de tokenização) em janeiro (Imagem: Reprodução/Kris Gaiato/Captura de tela

Na quinta-feira passada (14), o banco Itaú revelou o lançamento de uma plataforma de tokenização. A divisão Itaú Digital Assets será responsável por transformar ativos reais em representações digitais. A nova unidade da organização, além de trabalhar com o segmento de tokens, oferecerá também serviços de custódia de criptoativos.

A empresa não descartou oferecer no futuro a compra e venda de Bitcoin, Ethereum e outras criptos na plataforma.

Banco do Brasil

Banco do Brasil apresentou em março deste ano o BB Multimercado Criptoativos Full, o fundo de criptoativos do Banco do Brasil com foco em investidores qualificados. Os clientes da instituição podem aplicar a partir de R$ 1 mil.

O BB Multimercado Criptoativos Full cobra uma taxa anual de 2% sobre o patrimônio líquido do fundo pela administradora. Vale destacar que este percentual pode aumentar, caso os recursos sejam aplicados em cotas de fundos de investimento que também cobram taxa de administração.

Esse tipo de serviço oferecido pelo Banco do Brasil não se trata de negociação de criptomoedas e sim a compra de cotas de ETFs com exposição em criptoativos.

Diversos bancos e fintechs do país estão disponibilizando a negociação de criptomoedas para seus clientes (Imagem:Reprodução/Envato/leungchopan)

99Pay

A 99 anunciou nesta quarta-feira (20) uma série de novidades para sua carteira de pagamentos, a 99Pay, integrada ao aplicativo de mobilidade, aproveitando o aniversário de dois anos do serviço, lançado nos primeiros meses da pandemia de covid-19. As novidades vão desde a ampliação na possibilidade de transações com criptoativos até um novo curso de educação financeira

A empresa lançou em outubro de 2021 a possibilidade de aquisição de Bitcoin por meio da plataforma por valores a partir de R$ 10. Agora, a empresa decidiu ampliar a oferta de ativos acessíveis no app e também reduzirá o valor mínimo: será possível realizar as transações por quantias a partir de R$ 1. Segundo a 99, já está disponível na plataforma a possibilidade de comprar e vender cinco criptoativos. Além do Bitcoin, agora também é possível adquirir Ethereum, USD Coin, Solana e Mana.

A 99 diz que outros ativos são estudados e devem ser acrescidos à plataforma com o tempo, mas ainda não revela quais são seus outros planos.

XP

A XP lançou em maio desse ano uma plataforma para negociação de criptomoedas em parceria com a Nasdaq. Segundo revelou a instituição o plano é que até o fim do ano a plataforma disponibilize aos clientes a negociação de mais de oito moedas digitais diferentes.

O CFO da XP, Bruno Constantino, comentou na época que os 3,5 milhões de clientes terão acesso à nova plataforma diretamente no aplicativo e que os novos usuários poderão negociar conforme o projeto for crescendo.

A XP contratou a BitGo, empresa especializada em segurança e custódia de criptomoedas, para armazenar os ativos e também revelou que a maior parte dos criptoativos será armazenado em cold wallets (carteiras frias, sem conexão com internet), o intuito é aumentar a segurança da plataforma.

Instituições como bancos e fintechs são ótimas opções para o investidor que busca segurança na hora de investir em criptomoedas (Imagem: Reprodução/Envato/Jirkaejc)

Banco Inter

Em abril desse ano surgiram os primeiros boatos que o banco Inter estaria próximo de lançar opções de negociação em criptomoedas. No entanto a empresa desde fevereiro de 2021, já disponibiliza as transações de fundos de criptoativos em sua plataforma de investimentos.

A instituição em parceria a corretora Vitreo permite o acesso dos seus mais de 9 milhões de clientes ao mercado de criptomoedas.

A parceria permite duas modalidades principais de investimentos: o CriptoMoedas, liberado apenas para investidores qualificados, e o Cripto Metals Blend, para o público mais amplo. O sistema de investimento do banco Inter não se refere a negociação de compra e venda de criptomoedas, mas a negociação de ETFs.

BTG Pactual

O BTG foi a primeira grande instituição financeira do país a ter sua própria plataforma de negociação de criptomoedas. Em setembro de 2021, a organização anunciou o lançamento da Mynt. A instituição também tem um fundo de investimento próprio com foco em Ethereum e outros dois em Bitcoin.

A instituição já revelou que seu interesse por criptomoedas vem desde 2017. Foi justamente nesse ano que as pesquisas por moedas digitais cresceu em todo o mundo. Por aqui, segundo o banco, parte dos clientes quiseram entender melhor esse novo investimento. A demanda por parte dos usuários estimulou a organização a estudar a tecnologia e o mercado cripto.

A Mynt ainda não está em funcionamento, o presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, anunciou que o banco lançará daqui dois meses, sua exchange de Bitcoin e criptomoedas.

PagBank

O banco digital em parceria com a Hashdex dará acesso a investimentos com criptomoedas. Através da PagInvest, a plataforma digital dedicada a investimento da organização, os usuários poderão investir, a partir de R$ 500.

As taxas são de 1% ao ano, sob o valor total investido. A plataforma funcionará de maneira semelhante às corretoras de criptomoedas. Contudo, os saques são liberados respeitando um prazo de sete dias úteis.

A plataforma investe em criptomoedas através do fundo Hashdex que oferece cotas em moedas digitais, que correspondem a apenas 20% de suas aplicações. O restante do patrimônio é destinado também a títulos públicos que acompanham o CDI.

FONTE: https://canaltech.com.br/criptomoedas/quais-bancos-e-fintechs-brasileiros-ja-adotaram-as-criptomoedas-221253/