Uma empresa norte-americana usa a chamada “teoria da aversão” para ajudar usuários a controlar hábitos ruins
Se gastar menos está entre as suas resoluções de ano novo e as velhas dicas de planejar melhor o orçamento não vêm funcionando, uma empresa norte-americana apresentou uma solução mais radical: uma pulseira que dá choques quando o usuário gasta mais do que o planejado.
A ideia é que a pulseira seja vinculada a uma conta bancária, e o próprio usuário delimita quanto será seu teto de gastos.
Se chegar perto desse limite, a pessoa pode receber um alerta, via mensagem de texto ou alguma vibração na pulseira. Mas, se a tentação o fizer gastar mais do que estabeleceu, ele pode receber como “castigo” um choque de até 225 volts.
O mecanismo foi criado pela empresa norte-americana Pavlok, que usa as pulseiras elétricas de mesmo nome para ajudar usuários a deixar de lado comportamentos ruins.
As finanças não são a única preocupação da Pavlok: os produtos da empresa também punem usuários que usam demais o Facebook ou que roem as unhas, por exemplo.
Há uma lista de mais de dez hábitos que podem ser controlados com os avisos automáticos: ir à academia, parar de fumar, comer menos e até evitar pensamentos negativos. Na mesma linha, a empresa também lançou um relógio que promete ajudar a acordar no horário e não apertar a função “soneca” infinitamente.
A empresa foi fundada em 2013 pelo empresário norte-americano Maneesh Sethi, que ficou conhecido nos Estados Unidos com um blog de autodesenvolvimento eprodutividade.
Apaixonado pelo controle dos hábitos, Sethi ganhou fama na imprensa do país ao contratar, em 2012, uma mulher no site de anúncios Craigslist para dar-lhe tapas quando ele ameaçava procrastinar. Ao perceber que os chacoalhões melhoravam sua produtividade, Sethi criou as pulseiras Pavlok.
O nome foi inspirado em Ivan Pavlov, um médico russo que conseguia influenciar o comportamento de cachorros com sinos. Com esses experimentos, o cientista tentou descobrir também como os humanos poderiam aprender a construir reflexos. Assim, a ideia é fazer o mesmo para resistir ao impulso de gastar ou de usar muito as redes sociais.
O sistema da Pavlok tem fundamentação científica na chamada “terapia de aversão”, isto é, o uso de punições para livrar os indivíduos de hábitos viciantes ou ruins.
Os executivos responsáveis pelo produto afirmam que a pulseira chamou a atenção sobretudo de jovens e pessoas com menos de 40 anos.
A pulseira com as ferramentas de controle — de alimentação a redes sociais — é vendida no site da Pavlok por US$ 200, para usuários de qualquer parte do mundo. Segundo a empresa, já são mais de 40 mil usuários.
Apesar disso, a funcionalidade “antigastos”, especificamente, ainda não está disponível, pois a empresa aguarda novas parcerias com os bancos, que precisam dar acesso às contas bancárias. Essa parte do processo vem sendo feita em parceria com a britânica Intelligent Environments, que faz ferramentas financeiras digitais e tentará lançar o produto, a princípio, no Reino Unido.
FONTE: PEGN