Próximo passo do criador do ChatGPT: uma tecnologia para adiar a morte

Sam Altman investiu R$ 925 milhões em uma startup de biotecnologia que pretende aumentar a expectativa de vida humana.

Sam Altman, CEO e cofundador da OpenAI — Foto: Wikimedia Commons

Depois de criar a tecnologia do momento, o ChatGPT, Sam Altman, CEO da OpenAI, tem outro plano bastante ambicioso: adiar a morte. Segundo reportagem do MIT Technoloy Review, o executivo investiu US$ 180 milhões (aproximadamente R$ 925 milhões) na startup de biotecnologia Retro Biosciences, cujo missão é acrescentar 10 anos à expectativa de vida humana.

A empresa anunciou que o aporte de capital foi feito em meados de 2022, mas só agora se tornou público quem foi o responsável. Este investimento, inclusive, é um dos maiores já feitos por um indivíduo em um negócio que busca a longevidade.

Além da Retro Biosciences, Altman injetou, em 2021, US$ 375 milhões (R$ 1,9 bilhão) na Helion Energy, que pretende domar a quebra de átomos para criar uma “fonte ilimitada de energia limpa”.

Segundo o MIT Technology Review, o executivo relatou que tem apostado em áreas onde as tendências subjacentes o fazem pensar que tecnologias que parecem impossíveis hoje podem realmente funcionar em breve. “Basicamente, peguei todo o meu patrimônio líquido e coloquei nessas duas empresas”, disse ele à reportagem.

Essas startups são o que o CEO da OpenAI chama de “hard” – significa que exigem grandes investimentos para fazer avanços científicos e dominar tecnologias difíceis. Elas são mais caras para financiar, mas Altman acha que seus objetivos maiores têm maior probabilidade de atrair engenheiros talentosos.

Ele também acredita que elas podem ter mais chances de sucesso do que as “easy”. A explicação é que pode haver milhares de startups vendendo aplicativos de compartilhamento de fotos, mas apenas algumas são capazes de construir reatores de fusão experimentais.

Interesse por longevidade

O interesse de Altman por métodos antienvelhecimento já tem algum tempo. Cerca de oito anos atrás, ele se deparou com uma pesquisa de “sangue jovem”. Nela, cientistas costuraram camundongos jovens e velhos para que compartilhassem um sistema sanguíneo, e os resultados mostraram que os velhos ratos pareciam estar parcialmente rejuvenescidos.

Na época, ele era chefe da incubadora de startups Y Combinator e encarregou sua equipe de analisar o progresso feito por cientistas antienvelhecimento. Apesar de ter se afastado do negócio para se dedicar à OpenAI e, mais tarde, criar o ChatGPT, o executivo ficou atento aos novos estudos sobre o tema. Em um determinado momento, entrou em contato com o cientista Joe Betts-LaCroix e se colocou à disposição para financiar trabalhos em torno da biologia do envelhecimento.

Nascia ali a Retro Biosciences – o lançamento foi em abril de 2022. Com o laboratório montado, a equipe realiza diversos experimentos com o objetivo de retardar a morte, projetando métodos para prevenir várias doenças relacionadas à idade. Betts-LaCroix revelou ao MIT Technology Review que está procurando intervenções que possam ser ampliadas e atingir “milhões ou bilhões” de pessoas.

O cientista relatou, ainda, que manteve o envolvimento de Altman na empresa em silêncio até agora para deixá-la traçar o seu próprio caminho. O executivo concordou, já que, segundo ele, tem o cuidado de “não ofuscar os CEOs” com quem trabalha.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/tecnologia/noticia/2023/03/proximo-passo-do-criador-do-chatgpt-uma-tecnologia-para-adiar-a-morte.ghtml