Protótipo de habitação inteligente promete acelerar urbanização africana

Projeto de habitação sustentável em exibição na sede da ONU Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia. Foto: ONU Meio Ambiente

A África está se urbanizando rapidamente, à medida que sua população cresce e muitos vão para as cidades em busca de empregos, educação e saúde. Estudos mostram que centenas de milhões de africanos viverão nas cidades nas próximas três décadas.

No entanto, parte desses novos cidadãos urbanos viverá em assentamentos informais, onde moram estimados 200 milhões de africanos — muitas vezes sem acesso a energia elétrica e saneamento.

“À medida que o setor habitacional cresce – e precisa crescer se quisermos um mundo equitativo – precisamos reduzir seu impacto ambiental, e não aumentá-lo”, disse Joyce Msuya, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente. “O design inteligente é a única maneira de atender às nossas necessidades de moradia e permanecer dentro dos limites do planeta”.

A África está se urbanizando rapidamente, à medida que sua população cresce e muitos vão para as cidades em busca de empregos, educação e saúde. Estudos mostram que centenas de milhões de africanos viverão nas cidades nas próximas três décadas.

No entanto, parte desses novos cidadãos urbanos viverá em assentamentos informais, onde moram estimados 200 milhões de africanos — muitas vezes sem acesso a energia elétrica e saneamento.

A crescente classe de pobres urbanos precisa ter acesso a moradias decentes. Mas o desafio é o fato de o setor de habitação global ser responsável por quase um terço das emissões globais de gases de efeito estufa e usar até 40% dos recursos totais do planeta. Novas abordagens são claramente necessárias.

“À medida que o setor habitacional cresce -—e precisa crescer se quisermos um mundo equitativo — precisamos reduzir seu impacto ambiental, e não aumentá-lo”, disse Joyce Msuya, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente. “O design inteligente é a única maneira de atender às nossas necessidades de moradia e permanecer dentro dos limites do planeta”.

ONU Meio Ambiente, Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), Centro de Yale para Ecossistemas em Arquitetura e parceiros associados estão trabalhando nesse design, sendo que um desses projetos está em exibição na sede da ONU Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia.

Apresentada pela primeira vez na quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a estrutura modular impressa em 3D, feita a partir de bambu biodegradável, tem como objetivo despertar ideias e debater como futuros processos de biomateriais podem ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Nova Agenda Urbana e o Acordo de Paris para o clima.

O pavilhão mostra como os resíduos pós-agrícolas — como bambu, coco, arroz, soja e milho —  podem ser transformados em materiais de construção. Também demonstra que a energia solar e os sistemas de água podem tornar as casas autossuficientes e com zero emissão de carbono. Destaca como a micro-agricultura pode ser alcançada com paredes de plantas. Todos esses recursos são integrados, monitorados e gerenciados por sensores e controles digitais.

“À medida que a urbanização avança, as pessoas do mundo todo estão cansadas de ver preciosos habitats naturais pavimentados com materiais tóxicos e intensivos em energia, como concreto e aço”, disse Anna Dyson, diretora do Centro de Ecossistemas em Arquitetura da Universidade de Yale.

“No século 21, as práticas globais de construção devem inovar em direção a soluções baseadas na natureza para as cidades do futuro. Nosso consórcio de pesquisa com colaboradores da África Oriental é dedicado ao avanço de sistemas de construção de última geração produzidos localmente.”

É apropriado que o pavilhão tenha sede no Quênia, já que o governo tem priorizado a habitação a preço acessível como um pilar fundamental de sua Big Four Agenda, que visa tornar a nação do Leste Africano em um país de renda média até 2030. Nos próximos cinco anos, o governo planeja construir mais de 500 mil casas a preços acessíveis em todo o país para atender à crescente demanda habitacional.

Para alcançar a agenda habitacional de baixo custo, no entanto, a indústria precisa adotar mudanças tecnológicas que resultarão no uso de construções sustentáveis ​​inovadoras, cujo efeito agregado seria reduzir a energia incorporada e o custo médio de fabricação e habitação.

“A arquitetura deve enfrentar o desafio global de moradia, integrando avanços científicos e técnicos críticos em energia, água e sistemas materiais, mantendo-se sensível às aspirações culturais e estéticas de diferentes regiões”, disse Deborah Berke, reitora da Escola de Arquitetura de Yale.

O pavilhão serve como ponto de partida para aqueles no governo e na indústria pensarem sobre o que podem fazer melhor. Faz parte de uma série de edifícios de demonstração, que começou com um “Módulo de Vida Ecológica” de 22 metros quadrados, alimentado por energia renovável e projetado para minimizar o uso de recursos como a água. Este módulo foi exibido no Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável em 2018.

FONTE: NAÇÕES UNIDAS