Proptech Lastro levanta rodada seed de US$ 4 milhões liderada pelo Canary

Startup de gestão de portfólios imobiliários foi fundada em 2021 por ex-funcionários de GoWork, Nubank e Blackstone.

José Thomaz Pereira, Allan Paladino e Pedro Milanez, fundadores da Lastro Divulgação

A proptech Lastro, de gestão de porftólios imobiliários, anuncia nesta quinta-feira (8/12) a captação de uma rodada seed de US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 20 milhões), liderada pelo fundo de venture capital Canary. Também participaram da rodada os fundos QED Investors, a partir do braço para early stage Fontes; e 1Sharpe Ventures, que tem foco no mercado imobiliário, em seu primeiro investimento na América Latina.

A plataforma nasceu para atender proprietários que fazem autogestão do seu portfólio de imóveis e imobiliárias, com arquitetura que suporta o cadastro de aluguéis residenciais convencionais, de aluguéis comerciais e de locações de galpões. A Lastro foca em automatização de processos repetitivos, como emissão de cobrança dos aluguéis — com integração com parceiros financeiros para permitir diversos meios de pagamento (boleto, TED, Pix e cartão de crédito) — e do IPTU, a partir da conexão com 600 prefeituras.

Os proprietários também têm acesso a um painel de controle onde podem visualizar todos os contratos, acompanhar pagamentos e os detalhes do portfólio. Ao fim de cada mês, a Lastro envia um relatório gerencial de prestação de contas. Para a prestação do serviço, a startup cobra um percentual referente ao tamanho do portfólio de aluguéis dos clientes, que varia de acordo com o perfil dos locatários.

Painel de controle da Lastro — Foto: Divulgação

Painel de controle da Lastro — Foto: Divulgação

“Desde o começo, nascemos com a cabeça diferente de outras proptechs. Não vamos mudar tudo e tornar obsoleto o que existe hoje. Queremos construir ao lado dos players e entender o melhor arranjo entre tecnologia e pessoas para o futuro. Tem tarefas que a tecnologia não consegue substituir, mas pode empoderar para o lado humano”, explica Allan Paladino, CEO da Lastro.

O executivo não abriu o número de clientes que a startup atende atualmente, mas disse tratar-se de “centenas de contratos de locação” e citou a Altren, braço de investimento imobiliário do grupo Votorantim lançado em 2021, e o Grupo Carlton. Segundo ele, 10% dos clientes são imobiliárias. No primeiro momento, o foco foi em São Paulo, porque a proptech foi fundada na cidade, mas agora os fundadores pretendem ampliar os esforços de vendas para outras regiões do Brasil.

Paladino iniciou a carreira no mercado financeiro, onde trabalhou por cinco anos em um banco. Ele diz que migrou para o mercado imobiliário porque queria conhecer a economia real. Era o início dos espaços de coworking no Brasil e ele gostou da ideia. Assumiu como CFO do GoWork e, no cargo, ajudou a startup a levantar uma rodada de captação. Durante o período em que esteve na empresa, percebeu que os imóveis eram parte importante do patrimônio das pessoas, mas a gestão era complexa e o setor era defasado em tecnologia. “Parecia ter uma oportunidade muito grande de melhorar o mercado, seja nos processos, seja no relacionamento entre os atores”, declara.

Ele se juntou a José Thomaz Pereira, que atuou na gestão de investimentos imobiliários na Blackstone no Brasil e na Ásia; Alain Michel, fundador da Mundo Pet; e Pedro Milanez, um dos primeiros funcionários do Nubank no Brasil, responsável por construir as primeiras versões do app do banco digital, com grande experiência em design e experiência do usuário. Ainda em 2021, eles levantaram uma rodada pré-seed de US$ 1,3 milhão com investidores individuais com expertises nos mercados financeiro, imobiliário e de tecnologia. O aporte, porém, não foi divulgado na época. Segundo Paladino, os fundadores não queriam holofotes e estavam focados em construir o produto do zero. “Fizemos a captação para construir a estrutura, contratar as primeiras pessoas, rodar o negócio em si, não precisávamos da publicidade”, indica.

Agora, com a plataforma já validada por clientes pagantes, a rodada foi levantada com foco no crescimento. O CEO conta que o contato com os fundos começou bem antes da captação, para mostrar o que era a Lastro e entender quais teses tinham mais conexão com a startup, quais fundos fariam as provocações mais inteligentes. À medida que o negócio cresceu e os fundadores tinham mais indicadores positivos para apresentar, os próprios investidores sugeriram a rodada seed. “O que precisamos fazer agora é distribuir o produto para mais pessoas. Vamos investir em equipes de vendas e operações, além dos esforços de marketing”, pontua o CEO.

Ele afirma que a Lastro estuda uma integração para que os grandes proprietários clientes da plataforma usem as contas que já têm em bancos para receber os aluguéis, algo a ser lançado nos próximos meses. Também está no roadmap a automatização de outros tipos de cobrança, como condomínio e luz. “Queremos ser um hub imobiliário, conectando todos os lados. É um mercado que movimenta um fluxo gigantesco de valor, é um estoque de riqueza gigantesco, então é muito conectado ao mercado financeiro”, aponta. A visão de longo prazo é ir além das integrações, oferecendo produtos financeiros, como venda de seguro patrimonial e antecipação de fluxo de aluguel para os proprietários.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2022/12/proptech-lastro-levanta-rodada-seed-de-us-4-milhoes-liderada-pelo-canary.ghtml