PROFESSOR CRIA O “NETFLIX DO AGRONEGÓCIO”

A Agriflix, fundada por Valter Castelhano, reúne diversos vídeos técnicos sobre o setor

O professor Valter Castelhano é um dos fundadores da Agriflix. (Foto: Divulgação)

O agronegócio, assim como toda a economia brasileira, está sendo impactado pela tecnologia. Nas últimas décadas, máquinas tomaram conta das lavouras e, mais recentemente, as startups chegaram ao campo. Com tanta novidade, os produtores rurais precisam estar sempre atualizados. Para ajudá-los nesta tarefa, surgiu o Agriflix, o “Netflix do agro”.

O negócio funciona como um agregador de conteúdo, onde vídeos de diferentes fontes, como o YouTube, são reunidos. Tudo o que vai para o Agriflix passa pela curadoria de um profissional da startup antes de ir ao ar.

Segundo o professor Valter Castelhano de Oliveira, fundador do Agriflix, sua empresa beneficia as empresas que produzem o conteúdo, pois sua empresa leva mais gente para os vídeos

Já os usuários não teriam o esforço de procurar o conteúdo, tendo todo material disponibilizado a poucos cliques de distância.

Toda essa proposta vem com uma filosofia de zero anúncios. Em vez disso, a plataforma pretende gerar capital com o apoio financeiro de grandes empresas e com a venda de estatísticas. Tais dados permitirão saber se o conteúdo foi recebido pelos internautas e quantas pessoas assistiram ao conteúdo.

Uma paixão improvável
Formado em ciências da computação, Valter Castelhano começou a trabalhar como professor do curso de gestão de serviços da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Indaiatuba, em 2008.

Até então, nunca havia pensado que iria trabalhar com o agro, mas isso mudou quando foi convidado a participar de um centro de estudos voltado ao setor. Nele, acadêmicos de diversas áreas de atuação se reuniam para elaborar novos meios de agilizar processos da cadeia produtiva.

Tudo isso envolvia muita pesquisa e estudo. Foi aí que Castelhano começou a notar a dificuldade que alguns alunos tinham em achar conteúdo audiovisual educativo. “Um aluno da iniciação científica conseguia achar diversas revistas voltadas ao agronegócio, mas não vídeos técnicos”. Foi aí que a ideia para o Agriflix surgiu.

Com a ajuda de mais quatro professores e um grupo de empresas apoiadoras, Castelhano levantou R$ 50 mil e pôs as mãos na massa. O projeto começou a ser trabalhado em 2017, quando todos os envolvidos se reuniram para estruturar o plano de negócios.

Expectativas
O acervo possui mais de 100 vídeos, cedidos por seis instituições diferentes. Uma versão beta da plataforma, que já conta com 3 mil usuários cadastrados, está disponível desde 2018.

Mas de acordo com Castelhanos, essas pessoas se inscreveram no Agriflix de forma espontânea. “Não realizamos nenhum tipo de divulgação nesse aspecto”.

Segundo ele, antes de atrair mais usuários, é preciso conseguir mais apoiadores financeiros – e essa é a meta para 2019.

Agriflix  (Foto: Divulgação)

Os investimentos seriam usados para desenvolver a versão final da plataforma e, posteriormente, financiar uma campanha de marketing. “Assim, no final do ano, planejamos ter uma saúde financeira boa e um número de 20 mil usuários”.

FONTE: PEGN