André Sousa, sócio da empresa que produz software que consegue desenhar, modelar e personalizar uma peça de mobiliário
Foto: Gonçalo Delgado / Global Imagens.
Português e italiano criaram software que consegue desenhar, modelar e personalizar peças de mobiliário para se ajustar ao gosto do cliente.
Um software que consegue desenhar, modelar e personalizar uma peça de mobiliário, para se ajustar às pretensões de determinado cliente, enquanto gera instantaneamente um orçamento e uma imagem realista do produto. Fazer em minutos o que atualmente demora dias, é uma das mais-valias do ISSHO 3D, um serviço pensado para as pequenas e médias empresas (PME), e que deu nome a uma startup, fundada em 2013, pelas mãos do bracarense André Sousa e do amigo italiano Mauro Reggela.
“A grande dificuldade das empresas tem a ver com os pedidos personalizados. Para uma PME é difícil gerir muitas ordens de produção diferentes, gerir toda a informação e não cometer erros”, afirma André Sousa que, através de um estudo de mercado, percebeu que “10% da faturação se perdia com esses erros”, entre outros gastos relacionados com tarefas necessárias para se criar um móvel à medida. Com esses dados na mão e a vontade de Mauro em criar um software para inovar o setor do mobiliário, os dois avançaram com um projeto, que já conta com 20 clientes, em Portugal e França. Concretamente, o sistema 3D, além de desenhar e personalizar mobiliário, gerando uma imagem realista e um orçamento, tem outras funcionalidades que se incluem na chamada Indústria 4.0. “Quando o orçamento é convertido em encomenda, o software gera automaticamente tudo o que o fabricante necessita para produzir aquela encomenda personalizada: lista de necessidades de material, ordens de produção com gama operatória, desenhos técnicos, otimização de corte de placas e perfis, programação das máquinas CNC (que cortam e furam madeira) e impressoras 3D, bem como a etiquetagem e otimização da embalagem”, explica o empresário.
André Sousa acrescenta que, apesar das fábrica serem o principal público-alvo, é possível os clientes fazerem pedidos através de lojas de venda a retalho, com uma versão web que é disponibilizada para a rede comercial. Se o fabricante tiver uma plataforma de e-commerce, o próprio consumidor final pode personalizar e encomendar online os produtos. “Os resultados obtidos para os fabricantes são um aumento de vendas superior a 20%”, garante o empresário, que, depois de um primeira sede no Instituto Empresarial do Minho, decidiu instalar-se na Startup Braga, no último ano, para esta “ajudar a crescer e dar visibilidade” ao projeto. A expectativa é solidificar o mercado português e francês, mas também chegar a fabricantes espanhóis. Atualmente com uma equipa de sete pessoas, André Sousa garante que, ainda este ano, a empresa vai crescer.
FONTE: www.jn.pt