Primeiro o coworking. Agora o coliving

Diferentes iniciativas de coliving têm ganhado muitos adeptos e empreendimentos pelo mundo.

O coliving pode ser visto como a solução para a crise imobiliária e falta de oferta de espaços nas cidades, uma forma de potenciar relações verdadeiras neste mundo digital, uma nova vivência para empreendedores, nómadas e trabalhadores remotos. Está relacionado com o espírito de comunidade e desenvolvimento de relações entre aqueles que ocupam um determinado espaço. Essencialmente significa viver em grupo.

A maior parte dos novos empreendimentos que seguem o movimento, como o The Collective, em Londres, o WeLive, em Nova Iorque ou o Roam Coliving, em Bali, são projetados para jovens e trabalhadores independentes. “Os Millennials valorizam experiências e não bens materiais”, dizem os empreendedores especialistas em coliving. Estes procuram flexibilidade e mobilidade, espaços cómodos e práticos, onde se podem trocar experiências, aperfeiçoar habilidades e criar oportunidades profissionais. É uma filosofia muito atrativa para os que querem assumir novos modos de vida, para aqueles que trabalham remotamente, para quem quer viver em comunidade e criar sinergias para desenvolver os seus novos projetos. Combinam-se, muitas vezes, com espaços de coworking e, tal como este, é um movimento que estimula a criatividade e a colaboração.

Ao contrário dos alojamentos tradicionais para profissionais, como hotéis ou apartamentos turísticos com serviços, estes novos espaços de coliving não são tão formais nem são apenas sítios onde simplesmente se fica hospedado. Kera Package, COO do PodShare – um conceito focado nos nómadas digitais -, afirma que “o ecossistema é completamente diferente quando comparando com os típicos alojamentos”.

Apesar de ainda existirem dúvidas sobre a sustentabilidade deste novo tipo de residências, diferentes iniciativas de coliving têm ganho muitos adeptos e empreendimentos pelo mundo. Em vários países, este conceito já evoluiu e está a ser pensado como o único modo de vida futuro para todas as idades e culturas. A criação de espaços de coliving para idosos, bem como outros que se focam em experiências que investem na educação colaborativa de crianças, são já uma tendência. Talvez Dezeen James Scott, COO do The Collective tenha razão quando afirma que “no futuro seremos todos sem-abrigo”.

Em Portugal há ainda poucos projetos, mas vários em estudo, o que demonstra o potencial do país em abraçar esta tendência.

FONTE: ADVOCATUS