Premiada no SXSW, Educbank capta primeira debênture no valor de R$ 70 milhões

Operação servirá para financiar o crescimento da edtech brasileira, que pretende movimentar R$ 1 bilhão em pagamentos escolares neste ano.

Danilo Costa, fundador da Educbank — Foto: Divulgação

A edtech brasileira Educbank, premiada no SXSW Innovation Awards de 2023 dentro da categoria Impacto Social, anunciou hoje a captação da primeira debênture integralmente securitizada em mensalidades de educação básica do país, no valor de R$ 70 milhões.

O objetivo da operação, coordenada pelo Itaú BBA, é dar suporte ao crescimento da Educbank, que está em pleno processo de expansão no país. As debêntures (títulos de dívida que geram um direito de crédito ao investidor) são securitizadas em mensalidades escolares, simples, não conversíveis em ações. O prazo de vencimento será em 2026 e a emissão será realizada em três séries, sendo as duas primeiras em distribuição pública e a terceira, privada.

Fundada em 2020 por Danilo Costa, a Educbank ajuda escolas de educação básica a terem acesso a capital, além de promover soluções de gestão e tecnologia para as instituições de ensino. Com uma rede de pouco mais de 200 escolas, em 23 estados, a meta da startup é ter 10 mil instituições parceiras, o que representa 25% do total de escolas particulares no Brasil.

Experiência pessoal

O negócio nasceu a partir da experiência de seu fundador como dono de escola. Em 2016, após deixar para trás uma carreira no mercado financeiro, Danilo fundou a Vereda Educação, primeira rede de escolas em tempo integral voltada para famílias de média e baixa renda no estado de São Paulo.

Lá, ele sentiu na pele como o problema da inadimplência nas mensalidades escolares era uma barreira que tomava tempo na administração escolar e impedia a instituição de investir nela mesma e nos alunos. “Isso faz com que a escola tenha uma demanda enorme por capital de giro. Por outro lado, é um setor que não tem acesso a capital. Eu percebi que esse era um dos principais gargalos para a educação privada no país”, diz Costa.

Os anos à frente da gestão escolar – e o capital que recebeu em 2020 com a venda da rede de ensino – o levaram a criar o modelo da Educbank, que funciona como um financiador de capital das instituições de ensino. “Queria permitir que os gestores de escolas pudessem focar no que realmente importa para educação. Se você não sabe nem como vai fechar as contas do mês, isso não tem como acontecer”, avalia o fundador.

Injeção de capital e sistemas de gestão

Depois de um processo de seleção que é feito pela startup, as escolas que se aliam ao negócio recebem o financiamento integral das mensalidades dos alunos. Em troca, pagam uma taxa fixa em cima de todas as mensalidades – que varia de acordo com o risco de cada instituição.

Mesmo que os pais atrasem o pagamento, a instituição tem garantido o valor integral do que receberiam a partir da Educbank. O equilíbrio da conta costuma vir no fim do ano, quando os pais precisam quitar os atrasos com as instituições de ensino para poderem fazer a rematrícula dos filhos.

Além de injetar dinheiro, a edtech também trabalha com soluções de gestão para melhorar a administração das escolas e com serviços de meios de pagamento de mensalidades. “Quando a escola é aprovada no nosso processo, nós passamos a trabalhar com elas em duas frentes: capital de giro e ferramentas de gestão”.

Desde o início das operações, o negócio registrou um crescimento médio de 20% ao mês. Em julho do ano passado, a startup levantou R$ 200 milhões em uma rodada Série A liderada pela Vasta e com participação do fundo Marrakech Capital. Em setembro de 2022, Danilo foi eleito um dos jovens mais inovadores da América Latina no ranking MIT Innovators Under 35 Latam 2022.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/empresas/noticia/2023/08/premiada-no-sxsw-educbank-capta-primeira-debenture-no-valor-de-r-70-milhoes.ghtml