“Precisamos de Big Data para inovar. Mas não precisamos necessariamente de grandes empresas”

A comissária europeia para a concorrência, Margrethe Vestager, garantiu esta quarta-feira que a Comissão Europeia vai fazer “os possíveis para reforçar a concorrência”, mas alerta para a necessidade de “garantir regulação”

urante muitos anos a Google foi uma das empresas mais inovadoras. Mas porquê colocar o futuro nas mãos de uma só empresa?” Esta foi uma das questões levantadas esta quarta-feira pela comissária europeia da concorrência, durante o painel que apresentou e a conferência de imprensa que deu na Web Summit.

Margrethe Vestager acredita que os dados conduziram à inovação, mas acrescenta que “quando apenas poucas empresas têm muitos e muitos dados torna-se difícil fazermos frente”. “Precisamos de Big Data para inovar. Mas não precisamos necessariamente de grandes empresas.”

A responsável garantiu que a Comissão Europeia vai fazer “os possíveis para reforçar a concorrência”, mas alerta para a necessidade de “garantir regulação”. “A boa notícia é que as regras certas podem ajudar-nos a resolver estes prolemas”, completa.

“Não vemos qualquer contradição entre privacidade, proteção de privacidade, liberdade de expressão e a existência de um mundo digital”, acredita.

“ENTRAMOS NUMA CASA COM MÚLTIPLOS PERIGOS”

A comissária alerta para o facto de não dever existir uma separação entre mundo online e offline. “O que acontece online não permanece online se afeta toda a sociedade.”

E exemplifica: “Se conhecemos alguém fora do edifício que tenta envolver-te no terrorismo ou na pirataria, obviamente esperas que as autoridades entrem em ação e resolvam isto. E não há razão para ser diferente com o mundo online.”

“A tecnologia digital tem um poder enorme para fazer o bem. Mas existem riscos”, diz, exemplificado: “Quando entramos em casa hoje, entramos numa casa com múltiplos perigos, desde o Wi-Fi à inteligência artificial”.

Além disso, ninguém está imune aos abusos de dados pessoais pelas tecnológicas. “Nos últimos tempos as pessoas confiaram e saíram lesadas.”

É por isso que compara este mundo digital e tecnológico a um carrossel. “Nunca sabemos onde estará a próxima viragem. Apenas entramos quando sabemos que vamos estar seguros. E esse é um desafio que enfrentamos hoje: como damos confiança às pessoas de que estarão seguras?”

 FONTE: EXPRESSO