Popularização da telemedicina impulsiona startups do setor e agiliza atendimento

Surgimento das healthtechs contribui para menores índices de internação, consultas e exames desnecessários.

surgimento de healthtechs, startups que inovam nas formas de atendimento aos usuários, ajuda a impulsionar a saúde suplementar no Brasil. Entre 2021 e 2022, o setor cresceu 3,5%, de acordo com dados da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar).

A plataforma Inovação Aberta, que monitora cerca de 15 mil startups no Brasil, mapeou 357 novas healthtechs em 2021, e o número já saltou para 1.023 até a metade de 2022, de acordo com relatório da plataforma de empreendedorismo Distrito.

No mundo, gigantes como AmazonApple Meta também investem em healthtechs. De acordo com Caio Soares, médico e presidente da Associação Saúde Digital Brasil, em dois anos de pandemia o setor cresceu o equivalente a 20 anos.

Os investimentos das startups e das operadoras tradicionais que apostam no segmento digital saltaram de R$ 500 bilhões para R$ 900 bilhões, mesmo diante do cenário de crise.

“Os novos serviços oferecidos, de consultas a diagnósticos complexos, podem ser adquiridos por cerca de 50 milhões de usuários no segmento direto ao consumidor (B2C). Também houve expansão das healthtechs que trabalham no setor entre negócios (B2B), oferecendo tecnologia e modelos para hospitais e operadoras”, diz Soares.

O uso cada vez mais frequente da telemedicina e da IA (inteligência artificial) nos diagnósticos a distância ajudam a explicar a expansão. Entre os benefícios estão redução nos custos, atendimentos mais ágeis, menores índices de internação, de consultas e exames desnecessários.

Antonio Carlos Endrigo, copresidente do Global Summit Telemedicine & Digital Health, diz que a criação de novos fundos de investimentos é o que dá suporte à expansão do setor. “A portaria de 2020 do Ministério da Saúde que regulamentou atendimentos a distância também foi fundamental. O desafio agora é não permitir a elitização do uso dessas novas tecnologias”, diz.

Endrigo defende que o país avance em direção ao registro eletrônico e à implantação do prontuário único do paciente, que passaria a reunir todo o histórico de atendimento e procedimentos da pessoa, aumentando a eficiência no acompanhamento.

Carlos Pedrotti, gerente médico do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que, mesmo com o enfraquecimento da pandemia, os números de atendimentos a distância se mantêm, chegando a 2.000 por dia. O Einstein investe na triagem automatizada, por meio da IA.

FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/popularizacao-da-telemedicina-impulsiona-startups-do-setor-e-agiliza-atendimento.shtml