Pilotado por brasileiro, projeto de carros inteligentes entra no Guinness

Roborace, empresa comandada pelo piloto Lucas Di Grassi, estabeleceu a maior velocidade de um veículo de inteligência artificial

A empresa Roborace, sediada na Inglaterra e que tem como CEO o piloto brasileiro Lucas Di Grassi, celebra um feito histórico para o desenvolvimento de carros de corrida inteligente: entrou no Guinness Book, o livro dos recordes, ao alcançar a maior velocidade de um automóvel sem motorista e totalmente conduzido por um computador, sem qualquer interferência externa.

Nas medições registradas pelo Guinness, na pista do aeroporto de Elvington, na Inglaterra, o Robocar, versão de desenho ousado que lembra um torpedo, atingiu a média de 282,42 km/h.  Desde seu lançamento em março de 2017, o Robocar e sua versão de desenvolvimento Devbot (sigla de Development Robot, ou robô de desenvolvimento) vêm recebendo inovações e melhorias constantemente.

A meta da empresa é lançar em breve o primeiro campeonato de corridas de carros autônomos. “Será uma inédita “parceria” homem-máquina inteligente em uma competição. Haverá um piloto humano que conduzirá o carro na primeira parte da prova. Depois, a inteligência artificial completará a corrida sozinha, com o que aprendeu nas voltas executadas pelo piloto”, explica Di Grassi, campeão da Fórmula E (de carros elétricos), com passagem pela Fórmula 1 e pela FIA WEC. A Roborace já realiza provas experimentais e de demonstração.

Em 2018, o bólido alcançou outro marco importante para a história dos carros autônomos: tornou-se o primeiro a completar o percurso da tradicional prova de subida de montanha de Goodwood, também na Inglaterra. “Em um futuro não muito distante, os carros autônomos poderão atingir grandes velocidades e com muita segurança”, diz Di Grassi.

“Este recorde é um marco importante, mas certamente é algo inicial em termos de façanhas que veremos nos próximos anos. Por trás do objetivo das corridas está a verdadeira razão de existir da Roborace: criar um ambiente de aceleração do desenvolvimento das tecnologias ligadas aos veículos autônomos. Mais do que uma oportunidade de demonstrar o que fizeram, as fábricas participantes poderão comparar e aprimorar seus produtos. E isso traz benefícios para todos”, resume Di Grassi.

O Robocar conta com 700cv distribuídos em quatro motores elétricos posicionados nas suas rodas. O fato de não precisar de cockpit ou de elementos como volante de direção e bancos ajudou bastante no desenvolvimento aerodinâmico do projeto, de forma que o design pôde assumir a forma mais orgânica e aerodinâmica possível, com linhas cilíndricas. A bateria gera 655 kilowatts, ou cerca de 900cv. “Potencialmente, ele tem capacidade para andar muito mais rápido. Isso vai acontecer aos poucos”, completa Di Grassi.

FONTE: VEJA