Pesquisa mostra o abismo entre bancos e fintechs – e seus clientes

Usuários do Google mostram que brasileiros são exigentes com bancos e fintechs. Mas há uma diferença clara entre as instituições e entre seus consumidores

Nubank: startup é um exemplo de fintech que se tornou muito buscada nos últimos anos (DST Global/Divulgação)

Que tipo de cliente você é para seu banco? Satisfeito, preocupado com qualidade de atendimento e de processos e sempre disposto a trocar sua instituição financeira por alguma melhor? Ou frustrado, focado apenas no melhor preço e, ainda assim, receoso ao trocar de banco?

Tais são os abismos entre, respectivamente, os clientes das startups financeiras (fintechs) e dos bancos tradicionais. Essa divisão foi proclamada pela gigante de tecnologia Google. O buscador entrevistou 800 consumidores online de serviços financeiros entre 16 e 20 de novembro para entender sua relação com as prestadoras desses serviços. Quase a metade dos usuários (46%) ainda usam instituições financeiras tradicionais como principal provedor, mas a diferença de satisfação entre quem aposta em novos bancos é abismal.

Sete em cada dez clientes das fintechs dizem estar satisfeitos (71%), contra quatro em cada dez clientes das instituições financeiras tradicionais (42%). O nível de insatisfação, por outro lado, é de 19% nos clientes das fintechs e de 25% nos bancos tradicionais (número que sobe para 43% quando se fala especificamente em serviços de empréstimos). O resto da porcentagem possui satisfação neutra.

Ascensão das fintechs (e desafios)

O Brasil fechou agosto de 2018 com 453 startups financeiras em operação de acordo com o Radar FintechLab, um crescimento de 23% sobre 2017. O país ocupa posição de protagonista na América Latina em termos de fintechs, de acordo com relatório da Global FinTech Hubs Federation e da consultoria Deloitte. Nos próximos dez anos, o Goldman Sachs estima que as mais de 400 fintechs brasileiras possam gerar 24 bilhões de dólares.