A empresa de capital de risco First Round realizou pesquisa com fundadores de 869 startups para entender o ecossistema atual
A empresa de capital de risco First Round realizou uma pesquisa com fundadores de 869 startups para entender como foi o cenário para essas empresas em 2017. Os pontos abordados incluem desde previsões de como a indústria mudará e se é um bom momento para começar empreender .
Assuntos de cunho social também foram discutidos: hoje, faz diferença o fundador da startup ser homem ou mulher ao buscar investimentos? Qual a prevalência do assédio sexual nas empresas? Quem possui o poder na relação investidor-empreendedor?
Vou adiantar algumas descobertas: em 2017, 94% dos entrevistados acreditam que é a hora ideal para iniciar uma empresa e a indústria permanece dominada por homens, com 51,3% das empresas com a maioria dos funcionários do sexo masculino.
1. Empreendedores com dificuldade em obter investimentos cometeram erros com mais frequência
Comparado aos fundadores que acham fundraising algo fácil, fundadores que têm dificuldade cometem os mesmos erros com mais frequência: 3 vezes mais acreditam que monetizam muito tarde; 3 vezes mais acreditam que erraram na escolha do co-founder e quase 2 vezes mais acreditam que seguiram o modelo de negócios errado.
2. Investidores estão com mais poder nas negociações
Nos últimos dois anos, os empreendedores afirmaram que possuíam a liderança na relação entre empreendedor-investidor (64% em 2015 e 61% em 2016). Agora, 53% dos fundadores acreditam que os investidores possuem uma influência maior ao negociar termos.
3. 2 em cada 3 mulheres acreditam que o gênero influenciou no levantamento de investimentos
Apesar de nos últimos dois anos a maioria dos fundadores acreditar que possuía a palavra final sobre os investidores, as mulheres sempre acreditaram que os investidores tinham o maior poder. E, em 2017, 66% delas acredita que é mais difícil para mulheres levantarem fundos de venture capital.
4. A maioria dos fundadores fez pitch para 11 a 20 fundos antes de conseguir investimento
Para conseguir investimento, 20,2% dos entrevistados fizeram pitch para 11 a 20 empresas, 18,3% fizeram para 6 a 10 e só 13,1% fizeram para menos que 3 empresas.
5. As rodadas de investimentos duraram mais que 4 meses
É variável, mas 34,1% entrevistados afirmou que na última captação durou mais do que quatro meses. Logo em seguida, 21,1% afirmaram que demorou 3 meses e 13,6%, que foi em 2 meses.
6. Uma preocupação recorrente de fundadores é contratar boas pessoas
De várias preocupações que os fundadores têm, a mais comum delas é em contratar bons profissionais. Segundo a pesquisa, 74% se preocupam com o fato. Ao mesmo tempo, 39,6% deles afirmou que gasta somente 10% do seu tempo contratando novos funcionários.
7. O erro mais comum dos empreendedores foi demorar para demitir funcionários
Em disparado, 51,5% dos fundadores entrevistados afirmaram ter demorado demais para demitir funcionários. Em seguida, é ter captado pouco dinheiro, com 32,8%.
8. A maioria dos fundadores acredita que nós não estamos em uma bolha de empresas de tecnologia
Definitivamente não estamos em um bolha! Pelo menos é nisso que 44,2% dos fundadores acredita. Ao mesmo tempo, 32,5% acredita que sim, mas que essa bolha está longe de estourar.
9. VR/AR é a tendência mais superestimada e agrotech, a mais subestimada
64,7% dos entrevistados acreditam que realidade virtual e aumentada são superestimadas. Já a tendência mais subestimada são as agrotechs (representando as tecnologias do agronegócio), segundo a opinião de 56,7% dos fundadores. De fato, existe muitas inovações no agronegócio que merecem atenção! Se você deseja saber mais sobre agrotechs, leia nosso e-book gratuito.
10. A maior parte dos fundadores acha que suas empresas têm chances de serem unicórnios
41,8% dos fundadores acredita que possui uma chance decente de tornar a empresa bilionária. Em comparação, 23,2% acha isso possível, mas não têm certeza e 18,6% tem certeza que isso vai ocorrer.
11. Web é a plataforma mais utilizada atualmente
A plataforma mais utilizada pelos entrevistados é a Web, com 49,3%. Em segundo lugar, ficou mobile, com 27,3%, e desktop em terceiro, com 9,1%.
12. A idade média dos fundadores de startups é de 41-50 anos
Ao contrário do mito do jovem empreendedor recém-formado, a maioria dos entrevistados (30,1%) tem entre 41-50 anos. Em segundo lugar, ficaram os fundadores de 31-35 anos, com 22,8%, e, em terceiro, de 31-35 anos, com 19,2%.
13. Os fundadores acreditam que continuarão como CEO da empresa daqui 10 anos
52,7% dos entrevistados acredita que manterá o cargo, contra 39% que acha que não continuará. Deles, ainda 8,3% dos fundadores da empresa não era CEO no momento da pesquisa. Por falar nisso, sabia que fundadores são o pior tipo de CEO para uma empresa?
14. Fazer IPO não é exatamente uma tendência
Ao responderem se tinham intenção de ir a público e quanto tempo demoraria até fazer o IPO, 32,8% dos entrevistados afirmou que não pretende fazer uma oferta pública inicial. Dos que tem essa intenção, 26,4% acha que isso se daria daqui 5 a 7 anos.
15. São Francisco é a região com mais empresas
Esse não é exatamente novidade, mas achamos que você gostaria de saber: 38,2% das empresas estão localizadas na Bay Area, a região metropolitana de São Francisco. Em segundo lugar, está Nova York, com 19,8%.
16. Metade dos fundadores tiveram experiência com assédio sexual
Mais de 50% dos fundadores entrevistados já sofreu ou conhece alguém que já sofreu assédio sexual no trabalho. Não surpreendente, 78% das mulheres teve contato com assédio sexual (ou seja, sofreu ou conhece alguém que já).
A percepção sobre esse problema também muda: 70% das fundadoras mulheres acredita que o assédio sexual ainda é pouco denunciado, enquanto 35% dos homens compartilha dessa opinião. Os números ainda pioram: 22% dos homens disse que a mídia dá muita atenção para o problema, enquanto essa foi a opinião de apenas 5% das mulheres.
17. A maioria dos fundadores das empresas são homens
De 869 entrevistados, 82,7% é do sexo masculino, enquanto somente 17,3% é mulher.
18. Conselhos ainda são dominados por membros do sexo masculino
59,5% dos conselhos das empresas é formado por membros do sexo masculino. E, como falamos anteriormente, 51,3% das empresas também possui a maioria dos funcionários homens.
19. Políticas de inclusão e diversidade existem, mas ainda não são formalizadas
Das startups entrevistadas, 58,4% têm estratégias para promover a diversidade e inclusão informais, ao mesmo tempo, 17% possui um plano com políticas formais e 15,6% não tem iniciativa ou planos de tomar atitude nesse sentido.
20. A ausência de profissionais mulheres em tecnologia seria a principal causa da sub-representação na área
41,6% dos entrevistados acreditam que isso acontece porque não há mulheres e minorias suficientes na área, enquanto 24,7% acredita que isso ocorre por um preconceito inconsciente na hora de contratar, dar promoção ou premiar os profissionais.
21. Igualdade de gênero e racial na indústria tecnológica só virá de 11 a 20 anos
35,4% dos entrevistados acreditam que haverá igualdade em termos de raça, etnia e gênero na indústria da tecnologia em 11 a 20 anos. Já 32,4% dos empreendedores é mais pessimista e só vê isso acontecendo daqui 21 anos ou mais.
22. Opiniões políticas não influenciam caráter de funcionários, investidores, membros do conselho, etc.
59,1% dos fundadores não levam a opinião política da pessoa em consideração. Entre quem se importa, 36,7% leva em conta ao colocá-la como membro do conselho, 29,3% ao receber investimento e 25,8% na hora de contratar.
23. 1 em cada 3 fundadores acredita que ICOs podem competir com venture capital
90% dos US$ 2.3 bilhões levantados por startups que usam blockchain veio de ICOs – ofertas iniciais de moedas. E, com a alta das criptomoedas Bitcoin e Ethereum nesse ano, os fundadores estão começando a achar esse tipo de investimento uma boa ideia.