Pesquisa inovadora produz estruturas ósseas impressas em 3D no Parque Tecnológico de Sorocaba

inda em fase de testes, a tecnologia será uma alternativa para quem sofre acidentes e sequelas nos ossos.

Polímeros bioabsorvíveis, ou seja, filamentos que têm a equivalência da estrutura de ossos humanos, e que poderão ajudar na reconstrução celular estão sendo produzidos a partir de tecnologia inovadora desenvolvida no Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS).

A FlexBras, startup que há 2 anos está incubada no PTS, desenvolveu uma impressora 3D capaz de produzir os filamentos por meio de uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Medicina da PUC – Sorocaba. Chamada de biomaterial, a reconstrução começa a partir de um raio-x ou tomografia do osso a ser resposto. O arquivo de imagem é convertido em um software especial que, por sua vez, gera outro arquivo compatível com a impressora 3D.

Dessa forma, quando um paciente sofre uma fratura, por exemplo, a impressora 3D é capaz de fazer uma estrutura com o mesmo formato do osso, só que à base de polímero implantável. “Por ser biologicamente compatível, o material permite que a célula óssea cresça por cima dele. Após o tempo de recuperação, esse material é completamente absorvido pelo organismo”, explicou o CEO da FlexBras, engenheiro Ronaldo Roledo.

A pesquisa ainda está em fase de testes, mas segundo a professora da PUC, Eliana Duek, responsável pelo estudo, a inovação será uma alternativa para quem sofre acidentes e sequelas nos ossos, por exemplo.

Outras parcerias

Ainda na área da saúde, está em andamento um projeto-piloto em parceria entre a startup sorocabana e a Santa Casa de Sorocaba para a utilização de biomodelos impressos em 3D com o objetivo de aumentar a capacidade de atendimento do hospital.

O material servirá de apoio ao médico que, em vez de operar utilizando-se de uma imagem em 2D (raio-x e tomografias), terá à disposição um material em 3D. “Em termos de SUS, estamos oferecendo a possibilidade de reduzir o tempo e o custo de uma cirurgia, atendendo um número maior de pacientes”, diz Roledo.

O modelo de impressora 3D fabricado pela startup também foi desenvolvido para atender as necessidades de profissionais de pequenas e médias empresas, além de universidades e faculdades.

Por meio de uma parceria entre a startup e a Faculdade de Tecnologia de Sorocaba – FATEC, foi desenvolvido um braço robótico para fins didáticos, com as mesmas funcionalidades de um braço industrial, sendo que as peças foram impressas pelo equipamento da FlexBras.

A parceria abriu a possibilidade do ensino prático, a custo reduzido, do projeto e fabricação de um robô, inserindo os alunos dentro do contexto da Indústria 4.0. A previsão é de que, em 2018, a Fatec Sorocaba lance um curso de manufatura avançada com esse viés.

Demanda de Mercado

A ideia do empreendedor foi fazer uma impressora de médio custo, atraente para universidades e para as pequenas e médias empresas, uma fatia de mercado em ascensão no Brasil. Há 2 anos, o mercado oferecia duas possibilidades de impressora 3D: uma doméstica com custo de R$ 3 mil a R$ 8 mil, mas tecnicamente inferior, e uma linha industrial, com custo a partir de R$ 200 mil.

O equipamento denominado Flexprinter, desenvolvido pela startup, custa em média R$ 14.800, valor considerado de médio custo e de aquisição acessível. No entanto, é tecnicamente robusta, fácil de usar e com boa qualidade de impressão. “Nosso equipamento atende às necessidades dos profissionais que querem desfrutar desta tecnologia revolucionária e viabiliza a montagem de um laboratório em uma universidade, por exemplo”, explica Roledo.

A Flexprinter imprime materiais em PLA (plástico biodegradável à base de amido), ABS (mesmo material de para-choque), além de materiais de aplicação mais industrial como policarbonato, náilon e plásticos PET.

Incubação

Incubada no Parque Tecnológico de Sorocaba, Ronaldo fala sobre a importância do processo de incubação para o desenvolvimento da FlexBras. “Agilizou o crescimento da startup a ponto de, em 2 anos, avançarmos de um protótipo para um negócio rentável”, falou.

O Presidente do Parque Tecnológico, Roberto Freitas, diz que o PTS incentiva as ideias inovadoras. “Estamos em constante trabalho para atrair novas ideias para que possam sair do papel, serem impulsionadas e contribuírem para o desenvolvimento tecnológico do país”, afirmou.

O Parque Tecnológico, oferece apoio para a modelagem da proposta de valor, planejamento de negócios, desenvolvimento tecnológico, estratégica de marketing e vendas, mercado e finanças e difusão da cultura empreendedora.

FONTE: Segs