Ótima notícia: ir ao dentista vai ficar menos doloroso no futuro

PESQUISADORES PROPÕEM UMA SÉRIE DE INOVAÇÕES NOS PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS (FOTO: PIXABAY)

Em pleno 2018, ir ao dentista pode parecer uma experiência mais adequada para homens das cavernas. Cadeiras desconfortáveis, bacias com manchas suspeitas, instrumentos que parecem saídos de filmes de tortura… E, para muita gente, a visita é quase isso mesmo: enquanto o dentista fura, lixa e mexe na superfície dos dentes e gengivas, você fica lá, fazendo barulhos esquisitos para tentar demonstrar o nível de dor, enquanto se questiona se não é melhor aguentar firme para acabar logo com isso.

Os dentistas do Centro de Precisão para Medicina Dental da Universidade Colúmbia querem, de fato, acabar logo com a ideia de que a experiência no consultório é sempre desagradável. Usando tecnologia de ponta, eles propõem uma série de mudanças nos procedimentos tradicionais da odontologia, na qual o paciente se torna cada vez mais protagonista.

Para começar, a clínica investiu em impressoras 3D, que podem imprimir uma coroa dental em 15 minutos. Em geral, o processo de manufatura leva cerca de duas semanas. Mas a maior mudança é no monitoramento dos pacientes e de toda a visita. Com um sistema de Identificação por Radiofrequência (RFID) integrado em cada cadeira, os profissionais vão poder saber exatamente o que está sendo feito com cada paciente e medir o nível de estresse durante a visita.

Câmeras também vão fazer reconhecimento facial para identificar se a pessoa está sentindo dor. Finalmente, a experiência ficará registrada, ajudando o centro a saber quando um instrumento foi usado, por quem, por quanto tempo, quando foi esterilizado, entre outros.

A equipe espera poder usar os dados para padronizar e tornar os procedimentos dentais mais confortáveis. Por exemplo, como uma limpeza bucal ideal deve ser feita? Ou um tratamento de canal? Também será possível identificar a origem das falhas e do desconforto, se foi o grau de pressão aplicada ou mesmo a forma como um instrumento foi segurado. Eles querem ainda combinar os dados da saúde bucal com os da saúde em geral, integrando-os para uma visão mais completa do paciente.

É claro que, por envolver a coleta e armazenamento de dados médicos que podem ser bastante sensíveis, existe uma discussão sobre privacidade e mal-uso das informações. Mas, embora os pesquisadores reconheçam que nenhum sistema é à prova de hackers, eles se mostram otimistas de que os benefícios para os pacientes serão maiores do que os riscos de vazamentos de dados.

Na odontologia do futuro, os pacientes não vão mais só ficar de boca aberta enquanto recebem tratamento: eles se tornarão parceiros ativos para identificar o melhor tipo de tratamento. E nós mal podemos esperar por isso.

FONTE: REVISTA GALILEU