Os super aplicativos e como eles mudam a experiência do usuário

Em um mundo da economia compartilhada, vender apenas uma das etapas do serviço prestado é comum e favorece o crescimento dos recursos que são disponibilizados para os usuários

Quando o mundo dos smartphones começou, os primeiros aplicativos surgiram como um grande canivete suíço da era moderna, com diversas utilidades, fornecendo um acesso rápido e direcionado para funções específicas – grandes ideias foram elaboradas para uma nova era que se iniciava naquele momento.

Com a alta velocidade da inovação, o comportamento de uso dos consumidores deixará de ser guiado por diferentes aplicativos para diferentes funções. A era de usar um app para pedir comida, outro app para se comunicar com os amigos e outro para pagar contas está deixando de ser novidade.

 A tendência é que empresas de tecnologia avancem aos poucos para aplicativos que unifiquem diversas funções dentro de si, os chamados super aplicativos. O chinês WeChat é o exemplo mais famoso e pioneiro do modelo de super app. O que começou como um aplicativo de mensagens similar ao WhatsApp é hoje uma plataforma onde é possível comprar passagens de trem, pedir comida, reservar a estadia em um hotel, pagar contas, alugar uma bicicleta, ler notícias, jogar e até marcar uma consulta no médico. Sem contar as funções de enviar e receber mensagens dos amigos, claro.

O mercado chinês é adepto a serviços mobile do tipo, justamente por suas particularidades. A maioria da população chinesa começou a usar a internet pelos smartphones, eles não passaram do computador para o smartphone como em outros países. Além disso, questões políticas e culturais favoreceram o desenvolvimento de super apps por lá.

Outros exemplos de super aplicativos são o Line no Japão, um app de mensagens e jogos que também quer se posicionar como meio de pagamento, e o Paytm na Índia, uma carteira digital que tem um sistema de cashback para compras feitas no aplicativo. Além desses, podemos pensar no futuro do Facebook, que aos poucos tem implementado e planeja diferentes funções além do que era seu core business no início.

Essa nova geração foi apontada pelo Gartner como a era pós-aplicativo, e a firma de pesquisas previu em 2017 que apps de mensagens irão tomar o espaço de outras aplicações. Segundo a empresa, o modelo do WeChat pode ser replicado no ocidente, mas com uma velocidade diferente.

No Brasil, uma das características que favorece o surgimento de super apps é o fato de smartphones com mais espaço de memória custarem mais caro, não sendo acessíveis para a maioria da população. Muitas vezes, as pessoas precisam deletar aplicativos para liberarem espaço em seus celulares. Pesquisas de comportamento de uso também apontam que os usuários já não têm mais tanto interesse em baixar diferentes apps como quando a App Store surgiu e, portanto, mantêm apenas os aplicativos que são úteis para sua rotina.

Hoje, as tecnologias existentes facilitam a integração de diversos serviços. Em um mundo da economia compartilhada, vender apenas uma das etapas do serviço prestado é comum e favorece o crescimento dos recursos que são disponibilizados para os usuários.

Dessa forma, é fundamental que aplicações que desejam seguir o caminho dos super apps tenham uma arquitetura robusta, capaz de comportar seu crescimento, e sempre com foco na fluidez para os usuários. O objetivo, afinal, é ser um agregador ao dia a dia das pessoas e uma ferramenta transparente a elas.

FONTE: PORTAL DO ADMINISTRADOR