Os humanos e suas máquinas voadoras

A Real Marinha Britânica testou na semana passada o Daedalus, um jetpack (ou mochila voadora) produzido pela Gravity Industries. O vídeo do voo de alguns minutos do oficial britânico é impressionante e pode deixar James Bond e Tony Stark “no chinelo”. O equipamento não é nem um pouco barato – custa US$ 480 mil – e tem foco primário nas áreas militar, de resgates e atendimento de emergência em locais críticos. Na caso da Marinha britânica, a ideia é usar a roupa voadora para abordar navios piratas (!).

Richard Browning, o inventor do Daedaduls e fundador da Gravity Industries, lançou a empresa em 2016. Atraiu a atenção de investidores como Tim Draper, que já colocou dinheiro na Tesla e na Twitch. Antes da pandemia, a Gravity tinha a maior parte da sua receita gerada por eventos – cobra US$ 139 mil para fazer um ser humano voar no meio da festa – e pela oferta de pacotes individuais de voo para pessoas físicas, que custam US$ 2,8 mil. Agora, está negociando um contrato potencial de US$ 1,5 milhão com o braço de pesquisas militares dos EUA (DARPA) e planejando o lançamento de um circuito de corrida, nos moldes da Fórmula 1.

Há mais objetos voadores previstos para cortar os céus globais do que apenas aviões de carreira, helicópteros, drones e OVNIs. Um artigo da Economist fala sobre os electric vertical take-off and landing (eVTOL) – veículos elétricos de decolagem e aterrisagem vertical – como representantes de um mercado de US$ 674 bilhões, segundo o Morgan Stanley, até 2040. Só o mercado de taxis aéreos para transporte de passageiros, segundo o relatório da empresa de pesquisas IDTechEx, movimentaria US$ 14,1 bilhões até 2041.

A analista Natasha Santha, da consultoria Lek, estima que há mais de 250 empresas envolvidas nesse segmento, de startups a incumbentes, mas os impactos da Covid-19 podem acelerar ou reduzir a velocidade do seu crescimento.

Há um embolado de diferentes empresas nesse ecossistema. Boeing, Airbus, Embraer e Bell já trabalham em seus protótipos, enquanto grandes fornecedores da indústria aeroespacial, como Raytheon, GE, SAFRAN, Rolls-Royce e Honeywell engatam projetos para atender o mercado de eVTOL.

A indústria automotiva está obviamente interessada, e a lista inclui GM, Toyota, Hyunday, Geely, Stellantis e Daimler, segundo a IDTechEx.

Nesta quarta-feira (05/05) foi feito o pedido de registro na SEC da Lilium BV. resultado do merge da SPAC Qell Acquisition Corp. com a empresa alemã Lilium GmbH. A Lilium fabrica o 7-Seater Lilium Jet, um veículo aéreo elétrico, que decola e pousa verticalmente e pode levar até sete pessoas. Valor estimado da nova empresa: US$ 3,3 bilhões, isso antes da abertura de capital na Nasdaq.

A startup californiana ASKA promete seus carros voadores para 2026 e já está recebendo pedidos de reserva. É preciso pagar US$ 5 mil para entrar na lista de espera. Preço do carro: US$ 750 mil.

A Archer, que também fabrica eVTOL juntou-se com a SPAC Atlas Crest, avaliando a nova companhia em US$ 3,8 bilhões e arrecadando cerca de US$ 1,1 bilhão para investimentos no Maker, seu carro elétrico voador;

FONTE: https://theshift.info/