Observatório astronômico registra passagem de satélites da Starlink no céu do RS

Empresa de Elon Musk lançou, em 20 de outubro, 54 novas unidades.

O Observatório Espacial Heller & Jung registrou pela primeira vez, na madrugada desta quarta-feira (26), a passagem pelo céu do Rio Grande do Sul de um novo grupo de 54 satélites da Starlink, lançados na semana passada pela empresa de tecnologia espacial norte-americana SpaceX. As imagens foram captadas às 4h26min a partir da cidade gaúcha de  Taquara, no Vale do Paranhana, onde fica o observatório.

Os registros foram efetuados por um câmera que estava instalada na posição zênite (totalmente inclinada para cima, em direção ao céu). Segundo Carlos Jung, um dos fundadores do observatório, foram avistados os 54 satélites Starlink G4-36, que fazem parte da remessa de número 63 da SpaceX.

A empresa de tecnologia SpaceX lançou ao espaço o foguete Falcon 9, que carregava o novo grupo de satélites, em 20 de outubro, às 14h50min do horário norte-americano (15h50min do horário de Brasília). A aeronave decolou do Complexo de Lançamento Espacial na Estação de Cabo Canaveral na Flórida, nos Estados Unidos.

Com essa missão, a empresa de Elon Musk alcançou a marca de mais de 3,4 mil satélites deste tipo colocados em órbita ao redor da Terra.

O projeto Starlink

O primeiro lançamento da tecnologia Starlink ocorreu em maio de 2019 com um grupo de 60 satélites. Os aparelhos foram desenvolvidos com intuito de fornecerem internet banda larga de alta velocidade e via satélite para todo o planeta.

Logo no início do projeto, a SpaceX garantiu que o serviço seria capaz de suportar chamadas de vídeo e transmissões online de jogos em regiões que até então não contavam com internet ou onde o sinal é instável. No Brasil, escolas da Amazônia contam com a tecnologia.

Segundo a SpaceX, enquanto a maioria dos serviços de internet por satélite atuais são possibilitados por satélites geoestacionários simples que orbitam o planeta a cerca de 35 mil km de altitude, a Starlink é uma constelação de vários satélites que orbitam o planeta a uma distância mais próxima da Terra, a cerca de 550 km. Em baixa órbita, o tempo de envio e recepção de dados entre o utilizador e o satélite — a latência — é muito menor do que com satélites em órbita geoestacionária, diz a empresa.

Nas redes sociais, Musk garantiu que a meta do projeto é expandir o número de satélites para 30 mil unidades. Apesar de ser um a iniciativa ambiciosa e inovadora, alguns especialistas na área se preocupam com as consequências geradas em ter uma grande quantidade de satélites em órbita ao redor do planeta.

De acordo com Carlos Jung, engenheiro de produção, professor acadêmico e um dos fundadores do Observatório Espacial Heller & Jung, existem dois principais problemas com a grande quantidade de satélites lançados pela SpaceX:

  • Queda na Terra:  Como essas tecnologias estão em órbita com a Terra, quando elas forem desativadas,  cairão no planeta, gerando destruição na região de impacto.
  • Obstrução de visibilidade: Com uma grande rede de satélites em órbita, a visibilidade de determinadas regiões do espaço pode ser impactada, o que prejudicará na captação de imagens por telescópios espaciais e outros instrumentos ópticos.

FONTE: https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2022/10/observatorio-astronomico-registra-passagem-de-satelites-da-starlink-no-ceu-do-rs-cl9psscda003q0170r0g1ppq0.html