O que o Brasil pode aprender com o duelo bilionário entre Elon Musk e Jeff Bezos?

Talvez a primeira lição seja a de que investir em inovação não é mais uma questão de opinião, mas pura questão de sobrevivência

A rápida passagem de Elon Musk pelo Brasil chamou a atenção de muitas pessoas no mundo inteiro e deixou algumas lições que podem ser muito úteis. Questões estratégicas de grande impacto foram analisadas, como a relação entre a compra do Twitter e a “freedom of speech”, fake news, eleições presidenciais no Brasil, implementação de novas tecnologias para monitorar o desmatamento da Amazônia e um projeto para levar a Internet de banda larga para escolas rurais e comunidades indígenas através da Starlink, que é uma empresa de desenvolvimento de constelações de satélites, e está ligada à SpaceX.

Elon Musk, sem dúvida, é uma das principais mentes empreendedoras do nosso tempo, com direta influência em empresas como Space X, Tesla, Neuralink Corporation, SolarCity, PayPal, The Boring Company, Zip2 e OpenAI. Os projetos da Tesla e da Neuralink, por exemplo, merecem especial atenção. A Tesla é mundialmente famosa por seus carros elétricos, mas recentemente alguns rumores estão começando a circular de que a empresa pode estar mudando seu foco para os smartphones. No Twitter, o próprio Elon Musk disse que os smartphones atuais são a “tecnologia de ontem”, e que o futuro estaria na Neuralink. As baterias dos smartphones Tesla Model Pi poderiam utilizar a mesma tecnologia dos carros elétricos da Tesla, promovendo uma completa disrupção no mercado de smartphones.

Além disso, os smartphones Tesla Model Pi poderiam utilizar o serviço de internet banda larga rápida dos satélites da Starlink. O aspecto mais futurista dessa inovação, no entanto, é a conexão dos smartphones com os chips Brain-Machine-Interface (BMI) implantados no cérebro humano. Essa conexão permitiria, a princípio, que os smartphones pudessem ser totalmente controlados pelo pensamento.

Como se vê, a criatividade inovadora de Elon Musk parece não ter limites, e talvez seja exatamente por isso que ele é considerado um dos maiores inovadores do mundo.

Starlink e Kuiper

Apesar desse amplo contexto inovador, é nos projetos de satélites de internet da Starlink de Elon Musk e da Kuiper de Jeff Bezos que talvez estejam algumas das maiores ideias inovadoras do nosso tempo. Essas empresas possuem o objetivo fundamental de construir uma constelação composta por dezenas de milhares de satélites ao redor da Terra. Esses satélites fornecem internet banda larga para os clientes que adquirirem a antena da Starlink ou da Kuiper. Na verdade, a Starlink está na frente nessa corrida, com mais de 2.000 satélites em órbita. Isso significa que a Kuiper de Jeff Bezos precisará de uma agilidade impressionante, pois ainda não realizou seus primeiros lançamentos de teste, que estão programados para o final de 2022. Mesmo assim, Jeff Bezos, com seu incansável espírito inovador, acredita que possui alguns diferenciais que colocarão a Kuiper em vantagem competitiva em relação à Starlink. Quais são esses diferenciais?

Recentemente, Jeff Bezos anunciou acordos com três empresas diferentes de foguetes para um total de 83 lançamentos. Com esse acordo, ele adquiriu uma quantidade extraordinária de capacidade de lançamento de satélites para os próximos cinco anos, adquirindo lançamentos de todos os principais fornecedores ocidentais, exceto de seu concorrente direto, a Starlink. Essa iniciativa de Jeff Bezos demonstra claramente o seu incansável desejo de sempre liderar e inovar, pois sua constelação de satélites está chegando para competir abertamente com a Starlink.

O que o Brasil pode aprender com esse duelo bilionário entre Elon Musk e Jeff Bezos? Talvez a primeira lição seja a de que investir em inovação não é mais uma questão de opinião, mas pura questão de sobrevivência. Além disso, na Economia da Inovação, o conhecimento tecnológico de alto nível é fundamental para o desenvolvimento de qualquer tipo de trabalho. Isso significa que o aumento da competitividade tecnológica e econômica do Brasil passa necessariamente por projetos robustos de capacitação tecnológica e aprendizagem contínua. A última lição, e talvez a mais importante, é que desistir nunca é uma opção quando o desejo por excelência inovadora e prosperidade segura prevalece no interior dos verdadeiros empreendedores.

FONTE: https://exame.com/esferabrasil/o-que-o-brasil-pode-aprender-com-o-duelo-bilionario-entre-elon-musk-e-jeff-bezos/