O homem e a máquina: a inteligência artificial em recursos humanos

Frederico Lacerda da Pin People discute como empresas estão adotando a inteligência artificial e seus benefícios

Os questionamentos se as pessoas serão substituídas por robôs não são novos, mas são mais frequentes desde o surgimento da inteligência artificial. Hoje, a tecnologia possui uso em vários setores diferentes, facilitando (ou realizando) processos e trazendo insights antes pouco acessíveis. Mesmo o setor de Recursos Humanos – gerido por pessoas, para pessoas – pode se aproveitar e maximizar sua eficiência através dessa tecnologia.

“2017 foi um processo maior de amadurecimento da inteligência artificial e o profissional de RH está olhando essa tecnologia um pouco desconfiado, mas começando a entender e explorar como a tecnologia vai mudar o setor”, comenta Frederico Lacerda, sócio da Pin People – uma plataforma que utiliza a inteligência artificial para uma gestão de negócios inteligente.

Para Lacerda, existe uma tendência de mudanças drásticas nas relações de trabalho. Os clientes dos departamentos de recursos humanos são as pessoas, que estão cada vez mais exigentes e mudando seus paradigmas. “Antes o poder estava nas mãos das empresas, as pessoas buscavam estabilidade, queriam ficar 40 anos em uma empresa – isso era sinônimo de sucesso. Hoje as pessoas estão buscando experiências, mudando o que se espera do ambiente de trabalho e isso faz toda a diferença para as empresas”.

Mas hoje, ao abrir uma vaga de emprego, também por conta da tecnologia, as empresas possuem milhares de currículos à disposição. Como escolher o candidato certo? Como saber se a pessoa combina com a empresa? É aí que a tecnologia artificial entra – selecionando (e eliminando) muitos currículos ao mesmo tempo, trazendo maior agilidade aos profissionais de recursos humanos. “Hoje as empresas conseguem estar mais presentes na vida das pessoas mesmo que de maneiras mais simples, como chatbots – os computadores sabem conversar”, afirmou o sócio da Pin People.

O fato de os próprios computadores serem capazes de “conhecer” os candidatos é bom para as empresas e para as pessoas, pois a inteligência artificial é capaz de medir o quão aquele candidato se adequa a vaga. A solução da Pin People, por exemplo, é capaz de medir a porcentagem de identificação entre as duas partes dessa relação em tempo real. Para o candidato, é saber o quão feliz será naquela empresa e, para a empresa, a produtividade que o colaborador poderá ter.

“Cada vez mais, as pessoas e empresas conseguirão ter acesso a produtos melhores porque usam dados de forma mais inteligente, significando uma customização melhor”, comentou Lacerda. É irônico saber que computadores poderão trazer customização à processos, mas a facilidade na escolha de candidatos permite que o profissional de RH conheça melhor os candidatos certos, ao invés de perder tempo selecionando quais são os possíveis melhores candidatos.

“Se muitas empresas em 2017 estavam dando baby steps na adoção de plataformas digitais para prática de RH em empresas, 2018 é um ano de consolidação. Os processos estarão mais integrados em plataformas digitais”, previne.

E Frederico Lacerda atribui essa inovação no setor de empregos à Nova Economia. “A Nova Economia traz a disrupção dos empregos. A tendência será de cada vez mais pessoas autônomas e não seguindo uma CLT, e acho que a tecnologia vai ajudar essa nova economia acontecer”. Como exemplo, ele cita a redução da importância das faculdades e a ascensão de cursos livres na contratação pelas empresas. Isso acontece porque as corporações (e startups) estão cada vez mais valorizando o conhecimento, mas entendendo que ele é adquirido de diferentes formas.

FONTE: StartSe