O futuro tal como é mostrado na CES

Ao longo da semana, o PÚBLICO acompanha as novidades da grande feira de tecnologia em Las Vegas – das divertidas e irrelevantes até àquelas que podem moldar o futuro.

É amor virtual escondido numa caixa de madeira LOVEBOX

Há quem tenha aproveitado a CES para lembrar que o dia 14 de Fevereiro está “à porta” com parafernália tecnológica para o dia de São Valentim. A Lovebox desenvolve “mensageiros de amor modernos” – são caixas de madeira, esculpidas com um coração “pixelizado” na frente e com capacidade de se ligar por wi-fi. Quando alguém envia uma mensagem para a aplicação da Lovebox (disponível para Android ou iOS), o coração em madeira na frente da caixa gira e a mensagem é apresentada num ecrã no interior da caixa. É uma forma curiosa de mostrar a alguém que se está a pensar nela, mas custa 99 dólares (cerca de 81 euros). A empresa está confiante no conceito:  no Natal diz que foram vendidas mais de quatro mil caixas.

Um smartphone que se transforma em PC

A Linda é o novo projecto da Razer, uma empresa de computadores e acessórios para videojogos. Trata-se da estrutura de um portátil que “ganha vida e energia” com o Razer Phone, o smartphone topo de gama da marca. Sem o telemóvel, a “caixa” Linda é  um powerbank com teclado e um ecrã.

Para “activar” o Project Linda, coloca-se o telemóvel no espaço onde normalmente fica o rato do portátil. Contrariamente a outras propostas “dois-em-um”, o smartphone é uma parte activa do computador. Não só é o processador, mas funciona como um touchpad que, ao mesmo tempo, serve de segundo ecrã, para visualizar pormenores específicos de parte do ecrã (por exemplo, a pontuação ou a informação dos rivais num jogo). Além disso, o smartphone carrega enquanto é usado neste modo.

A ideia não é única. Nos últimos anos, muitos tentaram transformar o smartphone num desktop com potência para jogar jogos, editar documentos e navegar na internet, em simultâneo: veja-se o Dex da Samsung, as docking stations da Microsoft, ou a tentativa de 2007 da Motorola com o Atrix. O sucesso é discutível, mas isso não desmotivou a Razer de mostrar a sua versão para fãs de videojogos.

Para já, porém, é apenas um protótipo, que pode não chegar ao mercado. Na unidade mostrada na CES, a “caixa” Linda vem com um ecrã HD de 13.3 polegadas, e 200GB de memória interna. Dispensa um sistema de som porque a marca diz que os altifalantes do Razer Phone são suficientes. “O conceito é criar um computador ultraportátil”, lê-se no comunicado da empresa. “O smartphone serve como um touchpad inteligente, eliminando a distância entre um dispositivo de entretenimento e um portátil conveniente.”

Na CES, serve-se café com entrada USB. Entre os produtos em exposição a chamar à atenção dos visitantes está o Barisieur. É uma máquina de café de filtro automática criada para acordar as pessoas como um despertador: em vez do ruído do alarme, acorda-se com o som da água a ferver e o cheiro de café acabado de fazer. E permite saborear a bebida logo ao acordar. Quem não é fã de café escuro, pode acordar ao cheiro de uma meia de leite, um café pingado ou mesmo uma chávena de chá. O PÚBLICO falou do aparelho numa lista de gadgets dedicados ao café.

Ouvir música sem auriculares (e sem incomodar)

Uma mola, uma capa de telemóvel e um colar podem substituir auriculares SAMSUNG C-LAB

A equipa do laboratório da Samsung está a desenvolver um aparelho para aquelas pessoas que gostam de ouvir música muito alto, em espaços públicos, sem auriculares. Serve para pararem de incomodar os outros.

Os S-Ray (diminutivo para “Sound Ray”) são um protótipo para um conjunto de três altifalantes diferentes: um para pôr ao pescoço, como um colar, um que funciona como uma mola, e outro que também é uma capa de telemóvel. Funcionam com ultrassom e altifalantes direccionais. A tecnologia não é nova, mas é a primeira vez que é adaptada a aparelhos tão pequenos e portáteis. Desde 2016, que a LG e a Bose também lançaram propostas de “colares sonoros”.

A Samsung C-Lab diz que o objectivo dos novos S-Ray é que as pessoas possam ouvir música ou ver vídeos sem ter de ignorar o som do mundo à sua volta, ou usar auriculares nos ouvidos durante muito tempo (para alguns, é descomfortável).

Os S-Ray estiveram em demonstração na CES. Quem experimentou, diz que o som não é muito elevado (comparado com auriculares tradicionais), mas a empresa diz que ainda está a desenvolver o produto. Não há garantia de que venha a ser comercializado.

O PÚBLICO continuará a acompanhar nesta página as novidades da CES. Regressamos na sexta-feira.

Robôs que contam histórias

Na China já foram vendidas 30 mil unidades do Luka LUKA

Era uma vez um robô que lia… Lembra o Furby, mas é uma coruja electrónica criada para ler às crianças e dar diferentes vozes às personagens dos livros. Para já, apenas em mandarim. Vem da Ling Technology, a empresa chinesa conhecida por desenvolver o Jibo, o robô social que já foi capa da revista Times.

A versão em inglês está prevista para o meio do ano, por cerca de 150 dólares (125 euros). Na China, já foram vendidas mais de 30 mil unidades.

O Luka é capaz de reconhecer livros graças à informação que tem arquivada na nuvem e que incorpora mais de dez mil livros. Empresas como a Oxford Reading Tree (um serviço da Oxford que classifica livros para crianças consoante a dificuldade de leitura), e a Person estão a colaborar no desenvolvimento do projecto. As vozes foram criadas com gravações de actores de voz em estúdio. Todos os livros que o robô lê podem ser encontrados na aplicação móvel.