O Facebook faz mal à saúde mental?

Pela primeira vez, a rede social admite que a forma como é utilizada pode ter consequências negativas. Há estudos que mostram que quem põe mais “gostos” e clica em mais links tem tendência a sentir-se pior

Por cada momento de euforia com o número elevado de “gostos” na nova fotografia de perfil há uma discussão interminável com um desconhecido, uma notícia falsa que se vê espalhar pelo feed e uma sensação de vazio depois de ver fotos de amigos no Havai. Usar redes sociais é bom para nós ou deixa-nos maldispostos? É uma discussão que o Facebook está a abordar e em que admitiu, pela primeira vez, as consequências negativas do seu uso.

A conclusão do diretor de pesquisa David Ginsberg e da investigadora Moira Burke, do Facebook, baseada em vários estudos e no seu próprio trabalho, é que passar demasiado tempo a consumir conteúdos na rede de forma passiva é negativo para a saúde mental.

“No geral, quando as pessoas passam muito tempo a consumir informação passivamente – a ler mas sem interagir com as pessoas – sentem-se pior a seguir”, escrevem os cientistas. Os estudos mostram que quem põe mais “gostos” e clica em mais links tem tendência a sentir-se pior. “Embora as causas não sejam claras, os investigadores colocam a hipótese de que ler sobre outros online pode levar a comparações sociais negativas, ainda mais do que offline, visto que as publicações são mais tratadas e lisonjeiras. Outra teoria é de que a internet afasta as pessoas de interações cara a cara.”

FONTE: DN