Novos sensores fazem carros autônomos enxergarem o mundo como os humanos

SISTEMA USA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA IMITAR A FORMA COMO O CÉREBRO PROCESSA IMAGENS. (FOTO: AEYE)

Os carros avançam rápido em direção a um futuro em que dispensarão os motoristas. Carros autônomos são uma realidade. Em testes, um dos mais avançados sistemas, produzido pela Tesla, reduziu a incidência de acidentes em 40% quando o piloto automático estava ligado.

Elon Musk, o bilionário por trás da empresa, garante que em breve a tecnologia vai contribuir com uma redução de 90% dos acidentes. Para isso, entretanto, é preciso melhorar uma parte fundamental para o bom funcionamento dos carros autônomos: a forma como eles enxergam o mundo.

Atualmente, os melhores sensores disponíveis no mercado usam uma tecnologia chamada lidar, uma espécie de radar a laser, que vasculha o entorno para criar um detalhado mapa 3D. São 128 feixes de laser fazendo rápidas e constantes varreduras que cobrem 360º em volta do veículo.

O problema é que eles são fixos. Os lasers ficam apontados para pré determinados ângulos. Com isso, ele acaba capturando informações desnecessárias, como detalhes do céu ou um ponto muito distante enquanto dirige em baixa velocidade.

Sensores mais flexíveis seriam mais eficazes. Um ex-funcionário da NASA e fundador da startup AEye, Luis Dussan, decidiu então apostar em um outro modelo de sensor, com base em uma tecnologia já comprovadamente eficiente, o olho humano.

Quando dirigimos um carro, o cérebro processa tudo que vemos pelo para-brisa e processa, de modo a obter uma imagem detalhada do centro do foco, mas sem deixar de lado a visão periférica. O sistema criado pela AEye funciona de forma semelhante.

A tecnologia lança feixes de laser em determinadas áreas focais, ao invés de ter uma grade padrão. Ele não escaneia toda a cena com resolução máxima o tempo todo, mas alterna entre baixa e alta resolução, dependendo da prioridade definida pelo sistema de inteligência artificial do carro.

Em uma rodovia, por exemplo, o sistema foca na estrada, enquanto coleta dados de alguns pontos na periferia da imagem. Algoritmos de reconhecimento de imagem em alta velocidade controla tudo para que o foco seja direcionado a pedestres, carros, ou o que a inteligência artificial achar interessante.

A empresa firmou parceria com uma grande montadora de veículos para, em breve, começar os testes em táxis robôs.

FONTE: GALILEU