Novo prédio do Cubo terá mais de 200 startups

Inauguração da sede deve acontece em agosto. Espaço abrigará quase quatro vezes mais empresas que o imóvel atual.

CUBO, ESPAÇO DE FOMENTO AO EMPREENDEDORISMO CRIADO PELO ITAÚ UNIBANCO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Neste semestre, o Cubo, espaço de fomento ao empreendedorismo criado pelo Itaú Unibanco e pela Redpoint eventures, vai mudar de endereço e multiplicar por quatro a área de 5 mil metros quadrados que hoje abriga 55 startups em convivência com 11 grandes empresas. “Com a expansão, aumentaremos a capacidade para mais de 200 startups no espaço físico e 40 parceiros. Nossa proposta de geração de valor deu tão certo que estamos saindo de um prédio de quatro andares para outro de 12, para abrigar ainda mais inovação e gerar mais fomento para o ecossistema”, afirma Lineu Andrade, diretor de tecnologia do Itaú Unibanco, responsável pelo Cubo Itaú.

O Cubo Itaú foi criado no final de 2014. É um espaço, físico e digital, para criar conexões e gerar valor entre empreendedor e investidor, grandes empresas, universidades e outros empreendedores.

O objetivo da iniciativa é gerar oportunidades de negócios entre os residentes – startups maduras, com potencial de escala – previamente selecionadas por uma banca especializada, e potenciais clientes, em geral, grandes empresas. “As empresas parceiras contribuem com a proposta de fomento. Promovem palestras, mentorias, networking e workshops, iniciativas que estimulam o aprendizado e a aproximação entre as grandes corporações e as startups”, diz Andrade.

Credenciam-se para a residência no Cubo as startups com potencial de escala e que já tenham seu negócio testado e “provado” pelo mercado. “Ou seja, precisa ter clientes”, afirma Andrade. A banca de seleção é formado por Cubo Itaú, Itaú Unibanco e RedPoint eventures.

Biotecnologia e inteligência artificial
Uma das empresas residentes no Cubo é a InYou, uma plataforma que combina biotecnologia, inteligência artificial e saúde. “Somos uma plataforma de mudança no estilo de vida, apoiada em três pilares: alimentação, exercício físico e saúde mental, notadamente, meditação, cujo desafio está na motivação e engajamento”, diz Vinicius Marcondes, gerente comercial da In You.

Para o cliente, a plataforma está estruturada em três níveis: um cardápio de soluções para cada um dos pilares, consultoria remota de nutricionistas e exame de DNA. “O exame é feito no laboratório Pathway, em San Diego, na Califórnia. Os testes não detectam doenças; o foco é prevenção. São avaliados 156 polimorfismos para obter informações relacionadas à alimentação e exercícios”, afirma Marcondes.

A In You foi criada em 2017. Instalou-se num escritório na Faria Lima, antes de mudar-se para o Cubo. “A grande vantagem é o network com outras startups, a possibilidade de falar de negócios e trocar experiências. O ambiente é fértil para ideias. No momento, estamos estudando parceria com uma grande empresa para um programa de mudança de hábito”, ele diz.

O aplicativo está no mercado desde novembro de 2017. Foi reformulado no início de 2018 e ganhará uma nova versão em julho. “A startup é dinâmica. Até recentemente, o produto era comercializado por meio de profissionais da saúde. Não atingimos os resultados pretendidos. Agora, isso será feito diretamente ao público, por meio de influenciadores e redes sociais”, afirma Marcondes.

A InYou é investida pela Advanced Digital Health (ADH), empresa brasileira de tecnologia especializada em análise de mapeamento genético voltada para a prevenção de doenças, promoção do bem-estar e longevidade, de capital aberto.

No Relatório de Resultados de 1º Trimestre de 2018, dirigido ao mercado, a ADH informa que a geração de caixa da InYou foi “modesta”, mas aposta no crescimento do mercado de healthtech: afirma que o “DNA” da startup “tem foco no atendimento mais amplo possível de negócios no Brasil e, no momento oportuno, no mercado global”.

Iniciativa aberta
Desde a sua instalação, o modelo adotado pelo Cubo também passou por ajustes. “Um deles foi o entendimento de que a iniciativa não é um coworking. Apesar de as startups trabalharem lado a lado, não é qualquer pessoa ou empresa que pode entrar no ambiente e alugar um espaço para trabalhar. Selecionamos as empresas que ocupam nosso espaço”, afirma Andrade.

Ele acrescenta ainda que o Cubo é uma iniciativa aberta: “Qualquer empresa que enxergar sentido na solução de startups residentes no Cubo pode fazer negócio, virar cliente ou até mesmo investir e virar sócio”.

Para o Itaú Unibanco, um dos principais benefícios da implantação do Cubo foi a mudança cultural promovida diariamente na organização. “Todos os executivos do banco passaram pelo Cubo de alguma forma. A proposta de mudança de mindset, ganho de agilidade, transformação nos processos entre outros, foram os principais ganhos para o Itaú Unibanco.”

Não há, por parte do banco, qualquer apropriação de tecnologia ou de “inteligência” desenvolvida por startup. “Só nos envolvemos com a startup se identificarmos que a solução faz sentido para nossa organização ou para nossos clientes. Até agora, contabilizamos mais de 40 projetos em andamento e concluídos com o banco. Incorporamos as novas soluções em nossa gama de serviços e melhoramos a experiência de nossos clientes.”

FONTE: ÉPOCA