No mundo todo, pesquisadores procuram desenvolver novos materiais que possam servir de estrutura para as mais recentes descobertas da ciência, seja na área da robótica, nas tecnologias vestíveis ou nas interfaces homem-máquina. Em busca de uma nova pele para o século XXI, cientistas desenvolvem materiais elásticos e multifuncionais que possam se transformar, em resposta ao ambiente.
Carmel Majidi, professor associado de engenharia mecânica e diretor do Soft Machines Lab, afirma que “assim como um ser humano recua ao tocar em algo quente ou afiado, o material detecta, processa e responde ao seu ambiente, sem ajuda de nenhum hardware externo; por possuir vias elétricas neurais, está um passo mais perto do tecido nervoso artificial”.
Pioneiros no desenvolvimento de novos materiais, Majidi e sua equipe de pesquisa já criaram uma estrutura de micro e nano-gotículas de metal líquido deformáveis, composta pelos metais gálio e índio. Mas é a primeira vez que o laboratório combina essa técnica com cristal líquido elastômero (LCEs), composto similar a uma borracha convencional, e os resultados surpreendem.
Para contornar essa dificuldade, a equipe introduziu nos LCEs os metais que tinham desenvolvido anteriormente, criando um material macio, elástico e multifuncional. A alta condutividade elétrica do material permite que responda ao toque e que mude de forma de maneira reversível. Por isso, pode ser usado em qualquer aplicativo que exija eletrônicos elásticos, como aparelhos para cuidados da saúde, roupas inteligentes e até mesmo em viagens espaciais.