Nova espaçonave chinesa tem sistema que parece capaz de se atracar na ISS

A nova espaçonave que a China está preparando parece ser capaz de se atracar na Estação Espacial Internacional (ISS). Isso é um tanto curioso e chama a atenção porque, atualmente, é politicamente impossível que os chineses participem de qualquer atividade relacionada à ISS.

 Mesmo assim, a nave de tripulação chinesa (que ainda não recebeu um nome oficial) tem um sistema de acoplamento que parece compatível com o International Docking System Standard (IDSS). Esse é o sistema utilizado pela NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e Roscosmos (Agência Espacial Federal Russa) para atracarem suas espaçonaves na ISS.

Uma imagem postada pela Shanghai Academy of Spaceflight Technology (SAST) mostra o novo sistema de acoplamento dessa nave, que foi projetada para que a China possa enviar taikonautas (astronautas chineses) à órbita terrestre e reduzir custos através da reutilização parcial de veículos espaciais. A nave tem 8,9 metros de comprimento e será capaz de transportar seis pessoas de uma só vez, ou três pessoas junto a 500 kg de carga.

Um protótipo dessa nave está sendo preparado para um voo de teste a partir do Centro de Lançamento de Satélites Wenchang. O lançamento acontecerá em um foguete Long March 5B, também em fase de testes, e está previsto para meados do final de abril. Se for bem-sucedido, o novo foguete será usado para lançar os módulos de 20 toneladas da nova estação espacial chinesa – projeto que faz parte dos ambiciosos planos espaciais do país asiático.

É nessa futura estação que a nova espaçonave de tripulação deverá atracar quando estiver pronta para missões oficiais. A China já concluiu a construção do módulo principal, chamado Tianhe-1, apresentado ao público em 2018 na maior feira de aviação aeroespacial da China. A China espera começar a lançar a estação à órbita terrestre ainda em 2020 e iniciar as operações com até seis astronautas simultaneamente em 2022.

Os chineses estão impossibilitados de participar da colaboração internacional da ISS desde 2011, quando o governo dos EUA publicou um texto na legislação que restringe severamente que a NASA – e outras agências que cooperam com o laboratório orbital – colabore com entidades vinculadas ao governo chinês.

Fonte: Space