Nos hospitais da Rede D’or São Luiz, uso de IoT pode reduzir infecções hospitalares

A tecnologia de internet das coisas está sendo usada para prevenir o esquecimento de objetos em cirurgias e até para monitorar a frequência com que funcionários lavam as mãos

A internet das coisas (ou internet of things) é uma tecnologia com aplicações em diversos setores. Porém, na saúde, ela está realizando um papel primordial: ajudando a diminuir o número de infecções hospitalares.

Segundo a Anvisa, o simples fato de lavar a mão com maior frequência ajuda a diminuir o número de infecções hospitalares em grande escala. E, para ajudar a incorporar este hábito, a empresa de tecnologia Logicalis desenvolveu, em conjunto com a Rede D’or São Luiz, iniciativas com IoT.

A solução consiste em um dispenser de álcool em gel que possui um sensor de QR Code embutido. O objeto é capaz de identificar qual funcionário utilizou o dispenser e quantas vezes, pois cada crachá possui o próprio QR Code.

“As informações vão para uma tela em tempo real com todo o histórico de higienização ao entrar ou sair de um leito. No momento um, é necessário saber se o profissional fez a higienização antes de entrar, para evitar a contaminação. No momento dois, da mesma forma, ele deve fazer a higienização dentro do leito com outro totem para evitar a disseminação ao sair”, diz Carlos Alberto dos Reis Júnior, consultor da Logicalis.

Evitando o esquecimento de objetos em cirurgias

Outra iniciativa desenvolvida pela Logicalis e Open D’Or, o centro de inovação da Rede D’or, é trazer a internet das coisas para dentro do ambiente cirúrgico. A tecnologia é utilizada ao inserir um código RFID(de radiofrequência) que ajuda a rastrear cada um dos itens utilizados em cirurgias – desde as gazes a instrumentos cirúrgicos como pinças, bisturis, entre outros. É possível observar os identificadores a partir das tiras coloridas que se destacam nos objetos.

“É uma forma de contabilizar, por exemplo, a utilização das gases – 90% do esquecimento de itens dentro de pacientes são elas, o que acaba sendo uma das maiores causas de morte em hospitais”, afirma Carlos Júnior.

Cada gase possui o próprio código e é possível localizá-las e saber quando estão em cima da mesa, no lixo ou em utilização. A mesa possui sensores e antenas que recebem as frequências dos objetos e integra essas informações a uma plataforma no computador. O lixo também possui os mesmos sensores.

Dessa forma, quando os instrumentos não estão em nenhum dos dois locais, a plataforma é capaz de sinalizar e o procedimento não é encerrado até que os responsáveis pela cirurgia indiquem a localização correta dos objetos. Eles devem explicar o porquê não estão nos locais previstos.

Os projetos estão sendo testados em dez hospitais da rede. Eles são apoiados pela Cisco, através de seu Centro de Inovação no Rio de Janeiro. A empresa é parceira da Rede D’or no fornecimento de tecnologias e redes de informação para hospitais. “A parceria com a Cisco e a Open D’or têm o objetivo de automatizar processos existentes sem mexer na realidade dos hospitais e criar processos, porque são isso que criam rejeição e barreiras”, explicou o consultor da Logicalis.

FONTE: STARTSE