Nasa completa 60 anos com meta de voltar à Lua para aperfeiçoar ideia de ir a Marte

Uma das poucas fotos que mostra Armstrong durante o “moonwalk”
Nasa / Divulgaçã

Agência Espacial Norte Americana (Nasa) torna-se uma sexagenária nesta segunda-feira (1º). Preocupado com o avanço tecnológico de outros países, como o lançamento de Sputnik pela então União Soviética em 1957, os Estados Unidos fundaram a Nasa em 1º de outubro de 1958.

Desde então, a agência levou o primeiro homem a pisar na Lua, fez descobertas sobre o nosso planeta e nosso sistema solar e influenciou o desenvolvimento de tecnologias que estão no nosso dia a dia, como a câmera fotográfica de smartphones, por exemplo.

No dia em que celebra seus 60 anos, a Nasa também reiterou que quer voltar à Lua “para aprender mais sobre o que será necessário para apoiar a exploração humana em Marte e além”, segundo texto publicado nesta segunda-feira no site da agência.

“A Nasa retornará a lugares previamente explorados com novas missões ambiciosas e novas tecnologias. Ainda há muito a aprender sobre a Lua e como podemos usar seus solos e outros recursos para apoiar a habitação humana em outros lugares. A jornada complexa a Marte está desafiando a Nasa e seus parceiros a descobrir como chegar lá, aterrissar lá, morar lá e chegar em casa. A Nasa também estará buscando pistas de vida em todo o nosso sistema solar”, afirma também o comunicado.

Primeira pegada humana na Lua

Em 20 de julho de 1969,  Neil Armstrong, comandante da Apollo 11, deixou a primeira pegada humana na Lua.

O programa Apollo, em diferentes missões, conduziu a exploração científica lunar e desenvolveu tecnologia para diferentes interesses de avanço no espaço.

Antes do feito de 1969, uma tragédia envolveu a agência:  em 27 de janeiro de 1967, um incêndio varreu o módulo de comando da Apollo 1 em um teste de pré-voo na plataforma de lançamento de Cape Kennedy. Morreram os astronautas Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee.

Por anos desde então, o próprio feito da Nasa divide atenções com uma espécie de teoria popular da conspiração, que diz que a aterrissagem na Lua em 1969 é mentira.

Tecnologia da Nasa a serviço do dia a dia

Câmeras fotográficas
A mesma tecnologia que a Nasa usa nas imagens da Terra que são tiradas a partir do espaço são utilizadas em câmeras de smartphones. Na década de 1990, a Nasa construiu um novo tipo de sensor, a partir de uma tecnologia conhecida como CMOS, que hoje domina nossas indústrias de imagem digital, como câmeras de celular, vídeo de alta definição e mídias sociais.

Purificadores de ar
Uma pesquisa da agência que tinha como objetivo inicial ajudar as plantas a crescerem no espaço acabou por funcionar extremamente bem como purificador de ar interno das casas, livrando-o todos os tipos de toxinas. A tecnologia foi adaptada em filtros que mantêm o ar que você respira mais limpo e saudável.

Ferramentas elétricas sem fio
Esse tipo de tecnologia não foi criada pela Nasa, mas, quando a agência entrou no programa Apollo, a Black & Decker trabalhou com a Nasa para desenvolver ferramentas que funcionassem com baterias. O trabalho levou ao desenvolvimento de ferramentas úteis para astronautas e uma linha de ferramentas compactas e sem fio para os consumidores.

Descobertas sobre a Terra

Buraco da camada de ozônio
Assim que cientistas descobriram, em 1985, o buraco da camada de ozônio, gás que bloqueia os raios ultravioleta do sol, ficou gravemente exaurido nos postos de observação antártica a cada inverno, dados de satélite da Nasa confirmaram que a redução estava ocorrendo em todo o continente: com isso, descobriu-se o que ficou conhecido como o buraco de ozônio na Antártida. Nos anos 1990, as nações concordaram em restringir o uso dos produtos químicos que o causavam. No início de 2018, novos dados da Nasa mostraram que a proibição estava funcionando e os níveis de ozônio estavam se recuperando.

Informações sobre as camadas de gelo sobre a Terra
Lançado em 2003, o satélite ICESat quantifica o balanço de massa das camadas de gelo e busca entender como as mudanças na atmosfera e no clima da Terra afetam as massas de gelo polar e o nível global do mar. O ICESat-2 será lançado em 2018.

Universo

Que idade tem o Universo?
Com precisão,  astrônomos puderam avaliar a idade do Universo por meio do satélite Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP): 13,77 bilhões de anos. Usando telescópios como o Hubble e o Spitzer, os cientistas também sabem quão rápido o universo está se expandindo.

Como começou e evoluiu 
Lançado em 1989, o Cosmic Background Explorer (Cobe) estudou a radiação ainda deixada pelo Big Bang para entender melhor como o universo se formou. Em 2006, John Mather, da Nasa, e George Smoot, da Universidade da Califórnia, dividiram o Prêmio Nobel de Física por confirmar a teoria do Big Bang usando dados do Cobe.

Exoplanetas
Até 30 anos atrás, os cientistas não sabiam se havia planetas orbitando outras estrelas além do nosso próprio sol. Agora, eles acreditam que cada estrela provavelmente tem pelo menos um exoplaneta. Eles vêm em uma ampla variedade de tamanhos, desde gigantes gasosos maiores do que Júpiter até pequenos planetas rochosos do tamanho da Terra ou de Marte.  A nave espacial Kepler da Nasa e o recém-lançado Transiting Exoplanet Survey Satellite tem tentado encontrar mundos mais distantes.

Nasa / Divulgação

Fotos da superfície de Marte divulgadas em 2012 pela agênciaNasa / Divulgação

Marte

Além da Lua, primeiro alvo da agência, Marte vem ocupando parte dos esforços da agência ao longo desses 60 anos. Os mistérios do planeta e o fascínio que exerce sobre os seres humanos mantêm os investimentos da Nasa mais vivos do que nunca.

FONTE: GAUCHAZH