Nas fronteiras, aeroportos e agricultura, os mil e um usos dos drones

Fotógrafos na Feira Internacional do Ar e Espaço, em 2 de abril de 2018 em Santiago – AFP

Nas fronteiras, na segurança de aeroportos e cidades, medição de terrenos e obtenção de mapas, fumigação, revisão de torres elétricas ou painéis solares, os drones possuem múltiplos usos hoje em dia.

Desde que os drones surgiram, no âmbito militar no início do século XX, o desenvolvimento desta tecnologia foi se intensificando e, pela primeira vez, participa em massa na Feira Internacional do Ar e Espaço (Fidae), o evento de aviação mais importante da América Latina, que é realizado nesta semana em Santiago.

“Os drones mudaram as regras do jogo. Antes havia trabalhos que eram difíceis de fazer pelos altos custos e os riscos que implicavam, mas os drones se transformaram em um interessante complemento”, explicou à AFP Carlos Ausset, representante da TEK Chile, uma empresa especializada em desenvolvimento e pesquisa de sistemas de controle de tráfego que participa na Fidae.

A feira exibe VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) de última geração como o Aeryon SkyRanger de fabricação canadense, que percorre distâncias de até cinco quilômetros e que pode reconhecer o rosto de uma pessoa a 300 metros graças a câmeras de alta definição.

Também está presente o Robird, um drone idêntico a um falcão-peregrino, desenvolvido pela companhia holandesa Clear Flight Solutions e a Universidade de Twente. Pesando apenas 800 gramas, pode voar até 12 minutos e atingir uma velocidade de 80 km por hora. É usado principalmente para evitar acidentes nas decolagens e aterrissagens nos aeroportos.

Criados na Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, os drones ou VANTs sempre foram vinculados ao mundo militar como uma custosa arma de destruição e treinamento, mas hoje seus usos são amplos.

“Os drones deixaram de seu uma moda; hoje estão muito longe disso. Esta tecnologia está tendo um desenvolvimento exponencial, praticamente sem limites de uso”, disse o diretor executivo da Fidae, o coronel Jaime Reyes, ao inaugurar a feira esta terça-feira.

Em seu formato civil, “começou na área audiovisual com drones portando câmeras caseiras, mas o avanço tecnológico e seu baixo custo permitiu expandir o mercado ao setor industrial”, explicou Cristóbal Lagos, representante no Chile do DJI, um dos fabricantes de drones mais reconhecidos do mundo.

De acordo com dados apresentados no âmbito da Fidae, espera-se que em meados da próxima década o mercado mundial de drones ultrapasse 20 bilhões de euros por ano.

O mercado civil experimentará um crescimento significativo que virá condicionado por sua regulação, enquanto em nível militar e de segurança continuará representando um volume estimado de aproximadamente um terço desse total.

FONTE: ISTO É